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Cultura ágil no setor público: é possível implementar?

Cultura ágil no setor público

A cultura ágil no setor público assume um papel importante para garantir a eficiência dos projetos e a capilaridade dos resultados institucionais para diferentes atores sociais – desde os governamentais até os privados.

Em um contexto no qual a sociedade está mais comprometida em cobrar os órgãos públicos, desejando, além da efetividade, ações mais transparentes, estruturar formas de trabalho que deem conta dessa demanda se mostra fundamental. 

As metodologias ágeis atuam exatamente nesse sentido, em total sinergia com o que o setor público busca entregar, otimizando processos e dando condições mais promissoras para que serviços e soluções sejam realmente entregues aos cidadãos. 

Entretanto, pensar na aplicação de métodos ágeis em uma estrutura organizacional mais rígida e hierárquica como a pública pode ser um desafio. Afinal, a inovação vai de encontro a essas premissas. 

Pensando nisso, a Escola Superior de Redes produziu um webinar gratuito sobre o tema, para evidenciar quais são os caminhos possíveis para a implementação de metodologias e cultura ágil no setor público. 

Confira os principais pontos desse encontro abaixo. 

5 coisas que um profissional de agilidade não deve fazer 

Desafios da implementação da cultura ágil no setor público 

De acordo com o relatório State of Agile, alguns fatores preponderantes levam gestores a considerar a implementação de métodos ágeis nos seus negócios, sendo os principais: 

  • Aumentar a capacidade de lidar com mudanças de prioridades; 
  • Acelerar a entrega de softwares; 
  • Aumentar a produtividade;
  • Aumentar o alinhamento entre negócios e TI; 
  • Aumentar a qualidade do software;
  • Aumentar a previsibilidade em delivery; 
  • Aumentar a visibilidade do projeto;
  • Reduzir riscos; 
  • Responder melhor à volatilidade do mercado;
  • Aumentar o moral do time;
  • Aumentar a disciplina do time; 
  • Gerenciar melhor times distribuídos;
  • Reduzir os custos dos projetos; 
  • Melhorar a manutenção. 

Nesse contexto, embora os interesses destacados anteriormente e as aplicações de métodos ágeis sejam mais comuns no setor privado, muitas prefeituras, governos e o próprio Governo Federal já têm experimentado colocá-los em prática em suas gestões, seja na administração de projetos estruturais, seja nas iniciativas do dia a dia.

Ainda que seja necessário realizar adaptações às práticas, tendo em vista a característica mais rígida e hierárquica desse mercado, as metodologias ágeis alinham-se perfeitamente ao objetivo de tornar o setor público mais eficiente, responsivo e centrado no cidadão. 

Como abordamos anteriormente, a cultura ágil no setor público propõe a transformação de um estilo de funcionamento que passe a priorizar alguns passos principais condensados no documento Modern Agile: a colaboração, a transparência, o aprendizado contínuo e o foco na entrega de valor. 

O último pilar – foco em resultado – visa investigar qual impacto a iniciativa de fato trará para a sociedade, bem como quais indicadores vão ser impulsionados com o projeto, a fim de separar o que é somente uma boa ideia do que é realmente uma demanda pública. Ou seja, a cultura ágil no setor público retrata um campo que está além da simples implementação técnica de método “X” ou “Y”, mas, sim, voltado para o desenvolvimento de um ambiente integrado, que conversa e caminha junto para um mesmo objetivo. É encontrar um meio para entregar cada vez mais valor em um mundo que está sempre em transformação. 

Para isso, invariavelmente, há a demanda de uma observação holística das iniciativas do setor público, sendo a agilidade uma das principais ferramentas para esse propósito. Por exemplo, em projetos complexos, sobre os quais não se tem conhecimento de todos os seus requisitos, os métodos ágeis atuam de modo a permitir testes e aprendizado contínuo, tornando os processos que antes poderiam ser muito onerosos e demorados em casos mais céleres de resolução e correção. 

Mesmo com tantos benefícios, alguns desafios precisam ser, primeiro, conhecidos e, posteriormente, trabalhados em cada área do setor público para que a cultura ágil nesse mercado seja possível. São eles: 

  1. Estruturas organizacionais rígidas – a gestão ágil encontra dificuldades em ambientes altamente compartimentalizados, com divisões de áreas e departamentos muito rígidas. Essa fragmentação pode criar barreiras à colaboração e à comunicação, que são fundamentais para a agilidade.
  1. Hierarquias muito fortes – as organizações públicas, em sua maioria, possuem hierarquias bem estabelecidas. Essa característica pode dificultar a autonomia dos times e a tomada de decisão rápida. Por isso, é essencial adaptar a metodologia para que a agilidade se torne um valor possível e incorporado também a esse tipo de estrutura.
  1. Limitação de recursos – a escassez de recursos financeiros, humanos ou tecnológicos no setor público torna ainda mais importante a adoção de práticas ágeis. A cultura ágil, ao focar na entrega contínua de valor, ajuda a otimizar o uso desses recursos de forma inteligente e estratégica.
  1. Aversão ao novo e às mudanças – a resistência cultural é um dos maiores obstáculos à implementação da agilidade. Dessa forma, a introdução de novos métodos e ferramentas deve ser feita de maneira estratégica e gradual, reduzindo a aversão e estimulando a adesão natural dos colaboradores.

Esses desafios não inviabilizam a transformação, ao contrário, reforçam a necessidade de uma abordagem planejada e adaptada, respeitando as especificidades do setor público e preparando o caminho para que a cultura ágil floresça.

Nesse sentido, é importante agora conhecermos os métodos ágeis e qual deles faz mais sentido para o setor público.

Quais são os métodos de cultura ágil?

Existem diversos métodos ágeis no mercado atual, e cada um deles oferece vantagens e aplicações específicas. Antes de conhecê-los é preciso compreender o conceito por trás desse termo. 

Afinal, o que é um método ágil e qual seu objetivo? 

Os métodos ágeis são um conjunto de técnicas e ferramentas que possibilitam a implementação da cultura da agilidade nas empresas. Assim, cada um deles irá viabilizar a condução de projetos com maior brevidade, flexibilidade e adaptabilidade, focados, sobretudo, em projetos com ciclos de menor duração (entre uma e quatro semanas), com produtos parciais e em funcionamento para cada fase, além de fases menores e recursos incrementais.

Assim, da concepção do produto até sua entrega, os métodos ágeis buscam otimizar os fluxos de trabalho, a fim de melhorar a produtividade e as oportunidades dos negócios. 

De acordo com o Agile Manifesto, trata-se de uma constante tentativa de valorizar “indivíduos e interações mais que processos e ferramentas; software em funcionamento mais que documentação abrangente; colaboração com o cliente mais que negociação de contratos e responder a mudanças mais que seguir um plano”. 

Para isso, a agilidade é ancorada em 4 pilares definidos com base no Manifesto Ágil. Sabe do que se trata? 

Quais são os pilares do agilismo?

Antes de destrincharmos os exemplos de métodos ágeis, é importante destacar que a cultura ágil foi criada com base em uma demanda concreta. Em fevereiro de 2001, em Utah, 17 desenvolvedores se reuniram para tentar resolver um problema: o desenvolvimento de softwares guiado no modelo waterfall, ou cascata, que exigia a conclusão de uma etapa do projeto para que, somente assim, a outra pudesse ser iniciada. 

Com essa metodologia, os projetos eram muito demorados e já não conseguiam dar conta do boom da internet da década de 1990.

Assim, esses profissionais buscaram encontrar meios de desenvolver softwares mais leves, compartilhando suas experiências e ideias em um documento chamado Manifesto Ágil. Surgia, assim, um dos principais guias para a implementação de uma mentalidade ágil nos negócios, com 12 princípios preponderantes e 4 pilares-base, os quais já destacamos anteriormente, mas agora fazemos de forma mais organizada: 

  • Indivíduos e interações acima de processos e ferramentas;
  • Software funcionando acima de documentação abrangente;
  • Colaboração com o consumidor/cliente acima de negociação de contratos;
  • Resposta às transformações/mudanças mais do que seguir um plano. 

Agile is Dead • Pragmatic Dave Thomas • GOTO 2015

Legenda: Um dos participantes desse encontro palestrou sobre o tema em 2015, em que destacou os pontos positivos e negativos da implementação da agilidade desde o Manifesto Ágil, tecendo críticas às organizações que apenas usam o termo em seus discursos sem necessariamente desenvolver estruturas e uma cultura organizacional voltada para sua implementação.  

Embora o Manifesto Ágil tenha surgido como resposta para o contexto específico do desenvolvimento de softwares, seus princípios e pilares ultrapassaram essa fronteira e passaram a influenciar diversos setores e realidades organizacionais, inclusive o setor público. 

Ainda assim, é importante destacar que adotar a cultura ágil no setor público vai além de apenas aplicar metodologias: exige a compreensão profunda de seus princípios, valores e práticas.

A seguir, apresentamos cinco métodos ágeis que podem ser fundamentais para impulsionar a cultura ágil no setor público, trazendo mais eficiência, adaptabilidade e entrega de valor real para a sociedade.

Experiência do cliente e agilidade: qual a relação entre elas? 

5 métodos ágeis implementados nos negócios 

  1. Scrum

Um dos métodos ágeis mais conhecidos e utilizados, o Scrum organiza o trabalho em ciclos curtos chamados sprints, que leva, geralmente, de duas a quatro semanas. Cada sprint resulta em uma entrega concreta e funcional, permitindo ajustes rápidos de rota. 

No setor público, o Scrum pode ser usado para gerenciar projetos complexos, oferecendo maior transparência e controle ao longo do processo.

  1. Lean


Originado no sistema de produção da Toyota, o Lean propõe a eliminação de desperdícios e o foco naquilo que realmente agrega valor ao cliente ou, no caso do setor público, ao cidadão. 

Sua aplicação ajuda órgãos públicos a otimizar recursos limitados e a enxugar processos burocráticos, aumentando a eficiência sem perder a qualidade.

  1. Kanban

Visualizar o fluxo de trabalho é a proposta do Kanban. Por meio de quadros e cartões, o método facilita o gerenciamento de tarefas, identificando gargalos e priorizando entregas. 

Para o setor público, o Kanban é uma ótima ferramenta para aumentar a transparência dos processos e melhorar a comunicação entre diferentes áreas e times.

  1. Extreme Programming (XP)

Com foco no desenvolvimento de softwares, o XP introduz práticas como desenvolvimento incremental, programação em par e integração contínua. No setor público, especialmente em projetos de tecnologia e inovação, o XP pode ser uma poderosa abordagem para entregar soluções mais rápidas e com maior qualidade.

  1. Design Thinking

Embora não seja, em essência, uma metodologia ágil tradicional, o Design Thinking complementa perfeitamente a cultura ágil ao colocar o ser humano no centro das soluções. 

Em órgãos públicos, essa abordagem pode ser utilizada para entender melhor as necessidades dos cidadãos e criar serviços que realmente façam diferença no dia a dia das pessoas.

Por que o Scrum se disseminou no setor público?

Entre os métodos ágeis mencionados anteriormente, o Scrum ganhou destaque no setor público justamente por oferecer uma estrutura simples, porém poderosa, para lidar com a complexidade e a constante necessidade de adaptação que marcam esse ambiente. 

Ao organizar o trabalho em ciclos curtos de entrega e fomentar a comunicação contínua entre os times, o Scrum ajuda a promover a eficiência, a transparência e o foco no valor entregue ao cidadão, princípios essenciais para consolidar uma verdadeira cultura ágil no setor público. 

Para aprofundar esse tema e ver, na prática, como o Scrum pode transformar a gestão de projetos em órgãos públicos, bem como compreender a atuação de um profissional de TI nesse campo, recomendamos assistir ao webinar gratuito Cultura Ágil no Setor Público: Eficiência na Gestão de Projetos com Scrum, com Luiz Henrique Athanazio Coelho, especialista em inovação, agilidade e transformação digital, com vasta experiência nos setores público e privado.

Assista ao webinar na íntegra aqui!

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