Em um cenário de mercado ágil e competitivo, as estratégias de inovação representam verdadeiras aliadas para o desenvolvimento e a manutenção das demais táticas corporativas de qualquer negócio ou segmento.
Isso significa dizer que, à medida que os anseios de consumo se alteram, destacar um serviço ou um produto demanda uma disposição igualmente veloz para adaptações e correções de rota.
De acordo com Henry Chesbrough, ex-professor da Universidade de Harvard e PhD em administração de empresas, o conceito de estratégia de inovação traduz exatamente esta ideia, “um plano de ação que define como uma organização irá gerar, desenvolver e implementar novas ideias e soluções para criar valor e atingir seus objetivos”. Tudo isso sem conservar uma cultura organizacional avessa ao erro ou que supervaloriza, por um período mais extenso que o necessário, uma abordagem equivocada.
Embora esteja claramente vinculada à incorporação de tecnologias nas operações das empresas, a inovação não se limita a esse aspecto. Para assumir papel de destaque na rotina dos negócios, afastando-se de aplicações pontuais e sem um propósito final, exige um investimento abrangente, multidisciplinar e integrado, capaz de harmonizar as metodologias de processos empresariais em direção a um objetivo específico.
Como resposta a esse possível dispêndio, a inovação é um dos agentes principais responsáveis por incorporar benefícios às empresas e às economias globais. A exemplo disso, países reconhecidos por terem economias avançadas têm em comum a característica de investir grandes quantias de recursos em inovação.
No Brasil, o estudo “PD&I e inovação aberta no país – as práticas de pesquisa, desenvolvimento e inovação em tecnologia da informação e comunicação”, identificou um cenário positivo em relação a essa pauta para os próximos anos:
- A proporção de empresas que investem em atividades de PD&I em TIC passou de 45%, em 2019, para 69%, em 2022;
- 51% das empresas pretendem aumentar os investimentos nesse setor nos próximos três anos;
- 37% apostam na manutenção do montante de recursos já aplicados, independentemente da utilização de leis de incentivo e fomento.
Neste artigo, vamos detalhar como esse entendimento sobre a relevância da inovação encontra-se alinhado às novas configurações sociais e econômicas, sendo uma necessidade básica de qualquer organização e profissional, sobretudo de tecnologia da informação.
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A importância da inovação nas corporações
Inovar requer teste, erro e aprendizado. Em outras palavras, as empresas aptas a implementar estratégias de inovação também fomentam um ambiente que não recrimina as rotas equivocadas, tomando-as, na verdade, insights para processos de melhoria ainda maiores e mais otimizados.
De acordo com Bain&Company, “empresas que seguem as melhores práticas de inovação têm desempenho melhor do que de seus competidores. Isso porque, em geral, esses negócios são proativos para a resolução de cenários considerados ‘não ideais’”.
A adaptação é uma palavra-chave por trás da inovação, conduzindo as empresas ao aproveitamento de oportunidades em diversas frentes. Nesse contexto, ser avesso ao erro paralisa as marcas a implementarem esse processo em suas dinâmicas e dificulta sua inserção no mercado.
Já quando um negócio abraça a inovação e implementa estratégias de inovação alinhadas ao planejamento estratégico, se torna tão flexível quanto as alterações do cenário, sem perder a essência ou os diferenciais construídos ao longo do tempo.
Na verdade, a inovação refere-se propriamente à possibilidade que uma empresa ou profissional tem de alterar um processo (micro, médio ou macro) com reflexos significativos para otimizar a eficiência, aprimorar a qualidade e, em última instância, impulsionar a competitividade e a sustentabilidade do negócio.
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Diferenciais de empresas inovadoras
- Maior competitividade.
- Crescimento e lucratividade.
- Reconhecimento e valorização da marca.
- Eficiência operacional.
- Expansão para novos mercados e produtos.
- Maior satisfação e experiência do cliente.
3 Cases de empresas que inovaram
Amazon
A Amazon diversificou seus negócios, expandindo seu portfólio para serviços de assinatura, computação em nuvem, produção de dispositivos eletrônicos e até mesmo aquisições estratégicas, como a compra do Whole Foods. Essas diversificação e expansão constantes do ecossistema de produção demonstraram a capacidade da marca de inovar e se adaptar às demandas do mercado.
Além disso, o algoritmo da empresa atua como um de seus principais diferenciais, pois tem alta capacidade de decodificar os gostos e hábitos dos usuários, resultando em sugestões de jornadas de compra específicas para cada cliente.
Algumas iniciativas inovadoras foram destaque dessa gigante do mercado, como:
- Case Amazon Style;
- Case Amazon Go;
- Processos de logística inovadores.
Zé Delivery
Ao mostrar que a inovação não é uma realidade somente para as empresas do ramo da tecnologia, a Ambev demonstrou estar atenta ao momento e à leitura do mercado. Em 2016, a empresa do setor de bebidas desenvolveu o aplicativo Zé Delivery, com implementação de IA para otimização de rotas e entrega de produtos com máxima eficiência ao usuário.
Nu
O Nubank é um case de inovação associado ao reconhecimento e à valorização da marca. A fintech trabalhou a inovação de uma maneira diferente, por meio da desmistificação do relacionamento de agências financeiras com o cliente.
Observa-se, dessa maneira, que a inovação requer não apenas a capacidade das organizações de se adaptarem às tecnologias do tempo presente e futuro, como também uma cultura organizacional voltada para esse mindset.
Veja, abaixo, alguns níveis corporativos de maturidade para a inovação.
Quais são os níveis de maturidade organizacional para implementar inovação?
Identificar o nível de maturidade de uma organização para os processos de inovação é uma etapa essencial para líderes e gestores que desejam fazer desse conceito uma realidade em seus negócios.
O enquadramento dessa questão pode variar de acordo com diferentes abordagens. Entretanto, é comum compreender que as empresas podem estar em fases distintas.
Nível 1 de maturidade:
- Não há estratégia de inovação;
- Baixo nível de patrocínio e de participação da liderança;
- Não há treinamentos formais em inovação;
- Não há métricas de avaliação de inovação;
- Predomínio de uma cultura de aversão ao risco ou baixa tolerância aos erros;
- Baixa adesão a ferramentas e metodologias de inovação;
- Pouca ou nenhuma iniciativa de inovação em andamento;
- Inovação focada no curto prazo.
Nível 2 de maturidade:
- Estratégia básica de inovação;
- Reconhecimento da necessidade por inovação;
- Patrocínio ativo da liderança em inovação;
- Trilhas formais de treinamentos de inovação;
- Elementos formais (símbolos e ritos) que contribuem para a cultura desejada;
- Existência de ferramentas e metodologias de inovação em alguns times;
- Sistema básico de incentivo;
- Inovação focada no curto e médio prazos.
Nível 3 de maturidade:
- Estratégia de inovação alinhada com o BP estratégico da companhia;
- Reconhecimento consolidado da necessidade de inovação;
- Treinamentos técnicos para formar masters e replicadores;
- Métricas e KPIs ligados ao BO;
- Inovação formalmente integrada à cultura;
- Ferramentas e metodologias de inovação dispersadas pela empresa;
- Sistema de incentivo à inovação formalizado;
- Inovação focada em todos os horizontes temporais.
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Como implementar uma estratégia de inovação na prática?
A estratégia de inovação não é apenas um catalisador para o crescimento de corporações. É também uma resposta eficaz aos desafios contemporâneos, como as rápidas mudanças tecnológicas, as demandas dos consumidores em constante evolução e as pressões ambientais.
Ao investir em inovação, as empresas se posicionam para identificar novas oportunidades de negócios, otimizar processos internos e desenvolver produtos ou serviços diferenciados. Dessa forma, não apenas garantem sua relevância a longo prazo, como contribuem para a construção de um ecossistema empresarial mais vibrante e resiliente.
Em última análise, a estratégia de inovação representa um meio, uma abordagem essencial para criar um futuro sustentável e bem-sucedido no mundo dos negócios.
No webinar da ESR, “Estratégia de inovação: por que inovar?”, Cecilia Rodrigues, Head de Squad de inovação na Bolder, detalha uma forma prática de desenvolver estratégias de inovação associadas às metodologias das empresas.
➡️ Confira o evento gratuito na íntegra aqui para aprender como aplicá-lo em sua realidade.
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