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Acessibilidade digital e na web: o que é e como implementar para otimizar sites e conteúdos?

Acessibilidade digital e na web

A acessibilidade digital e na web possui um objetivo claro: democratizar o acesso à tecnologia para pessoas com ou sem deficiência. Trata-se de um conjunto de boas práticas que devem ser acompanhadas e implementadas pelos diferentes setores de TI (design, arquitetura e programação, entre outros) para tornar sites e conteúdos mais acessíveis, conservando, para isso, a autonomia dos usuários e as suas especificidades.

Em um contexto de múltiplos dispositivos conectados às redes e da pluralidade de pessoas on-line e com arquivos offline baixados, é essencial observar as diretrizes que garantem uma navegação fluida, justa e completa em todos os cenários.

É papel da TI se propor a superar os desafios de acesso, sejam eles conectados às questões técnicas e de infraestrutura, como a falta de acesso à internet rápida ou a um pacote de dados móveis, ou associados a limitações cognitivas, de movimento, visuais ou auditivas. Ou seja, a acessibilidade digital e na web possibilita a eliminação de barreiras nos ambientes virtuais, assegurando que todos os usuários, com deficiência ou não, possam encontrar e compreender textos e sites em sua completude, de acordo com escolhas de navegação próprias e até mesmo não lineares.

  • Garantir que pessoas com deficiência percebam o espaço virtual, interajam com ele, naveguem por ele, o entendam e contribuam para a web e para os arquivos digitais.
  • Facilitar o acesso das pessoas idosas aos ambientes virtuais.
  • Refletir sobre os recursos utilizados na montagem de sites e textos que os tornam mais pesados e sobrecarregados, dificultando o acesso de quem possui internet limitada.

Todos esses pontos são objetos de estudo da acessibilidade digital e na web e proporcionam um debate salutar sobre as necessárias transformações desses ambientes.

Atualmente, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) caminha nessa direção ao disciplinar a acessibilidade como um direito garantido e apresentar um capítulo inteiro sobre esse assunto.

Há também um esforço contínuo do World Wide Web Consortium (W3C) para a divulgação, desde 1999, das Diretrizes de Acessibilidade ao Conteúdo da Web e para a propagação da Web Accessibility Initiative (WAI). O primeiro documento, cuja atualização mais recente data de 2023 (WCAG 2.2), propõe 14 recomendações para o desenvolvimento de conteúdos web acessíveis às pessoas, acompanhando critérios universais de usabilidade e acessibilidade. Assim, falar em acessibilidade digital e na web é também apostar em um projeto colaborativo de uma tecnologia que verdadeiramente aproxima os usuários e promove a inclusão de todos eles, respeitadas as suas individualidades e autonomia.

Em seu mais recente webinar, a Escola Superior de Redes (ESR) abordou a relevância do tema, destacando dicas práticas para tornar sites e arquivos digitais mais acessíveis. Confira algumas delas ao longo deste artigo!

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Qual a diferença entre acessibilidade digital e acessibilidade na web?

Antes de implementar um projeto de acessibilidade em sites, nos ambientes virtuais ou em arquivos digitais, é imprescindível que o profissional de TI saiba diferenciar esses conceitos.

De acordo com Jorge Fiore de Oliveira Júnior, do Instituto Benjamin Constant (IBC) e especialista em acessibilidade na web no W3C Brasil, que participou da formulação da edição do Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico Brasileiro (o eMAG 3.0), os termos possuem uma ligação direta com os fundamentos do “desenho universal”. A abordagem de desenho universal se desenvolveu entre os profissionais da área de arquitetura, na Universidade da Carolina do Norte, EUA, com o objetivo de definir um projeto de produtos e ambientes capaz de ser usado por todos, em sua máxima extensão possível, sem necessidade de adaptação ou projeto especializado para pessoas com deficiência. Para isso, os produtos universais são definidos como aqueles que acomodam uma escala larga de preferências e de habilidades individuais ou sensoriais dos usuários. O propósito dessa abordagem é garantir que qualquer ambiente ou produto possa ser alcançado, manipulado e usado independentemente do tamanho do corpo do indivíduo, da sua postura ou mobilidade.

Sobre esse contexto, ramificam-se as premissas da acessibilidade digital e na web, bem como as especificidades da disponibilidades de arquivos de conteúdo digital e das tecnologias assistivas. Conheça todos eles a seguir. 

Acessibilidade digital

Capacidade de um produto digital ser flexível o suficiente para atender às necessidades e preferências do maior número possível de pessoas, compatibilizando tecnologias assistivas digitais utilizadas por indivíduos com deficiência ou mobilidade reduzida.

Acessibilidade na web

Refere-se à internet acessível para todas as pessoas, entre elas as que possuem algum tipo de deficiência. Em uma web verdadeiramente acessível, as pessoas com deficiência podem navegar e interagir totalmente, assim como as pessoas sem deficiência.

Acessibilidade em arquivos de conteúdo digital

Responsável por promover acesso, considerando as diferenças entre usuários, tecnologias e contextos de uso. A ideia é garantir que todas as pessoas possam acessar o documento, compreendê-lo, utilizá-lo e interagir com ele.

Ex.: Professor que monta uma apresentação passível de ser acessada por ele nas aulas, mas também por todos os alunos (inclusive aqueles com deficiência ou mobilidade reduzida) em seus dispositivos móveis.

Tecnologia assistiva

Também chamada adaptativa ou tecnologia de apoio é qualquer ferramenta ou recurso capaz de proporcionar maior autonomia a uma pessoa com deficiência, tal qual o leitor de telas, programa utilizado pelas pessoas com deficiência visual para que elas tenham pleno acesso ao uso do computador.

Na prática, todos esses conceitos se interseccionam, a fim de desenvolver um ambiente virtual mais justo e inclusivo, sendo importante implementar recursos para os diferentes cenários e deficiências.

A seguir, você confere dicas sobre como apostar na acessibilidade digital e na web com foco na deficiência visual. Acompanhe! 

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Recomendações para tornar conteúdo de sites e arquivos digitais acessível

1) Verifique o idioma do documento

Pessoas cegas, com baixa visão ou com visão monocular conseguem ter acesso ao conteúdo de um arquivo por meio do recurso de leitor de tela. Tal tecnologia é responsável por sintetizar os textos digitais, transformando-os em áudio. Entretanto, para que o leitor de telas faça a leitura correta, o idioma do conteúdo deve ser definido acertadamente.

Por isso, ao programar um site, é necessário definir a tag de idioma com o respectivo idioma do conteúdo do site. No caso de conteúdos em arquivos digitais, como documentos, apresentações etc., é essencial determinar o idioma principal do conteúdo.

2) Observe o tamanho e o tipo da fonte

Para qualquer conteúdo textual de arquivo ou site, a fonte com serifa dificulta a leitura para pessoas com baixa visão. Por esse motivo, deve-se optar pelo uso das fontes sem serifa. 

  • Fontes recomendáveis: Arial e, sobretudo, Verdana, por causa dos espaçamentos entre as letras.

No caso do tamanho da fonte para sites, de acordo com o WCAG, deve ser usado entre 16 e 18,5 px ou 1,2 em e 1,5 em (“em” é uma unidade tipográfica do CSS que é relativa ao tamanho da fonte do elemento pai de uma página web).

Já para arquivos DOC, o ideal é tamanho 16. No caso de apresentação, indica-se manter um mínimo de tamanho 32.

3) Especificar títulos e cabeçalhos

Para melhor estruturação lógica e coerente, capaz de favorecer a orientação e a navegabilidade para leitura, é extremamente relevante organizar a estrutura de títulos e subtítulos do conteúdo em arquivo digital ou site.

Dessa forma, para os sites, a organização hierárquica é realizada com base em cabeçalhos (tags h1, h2, h3 etc.), em que o “h1” representa o conteúdo de maior relevância do site e assim sucessivamente.

Nos conteúdos em arquivo digital, é fundamental fazer a devida marcação do que é título 1, título 2 etc.

4) Atentar-se para o alinhamento textual

Na elaboração de conteúdo em arquivo digital ou site, o alinhamento do texto à esquerda é o padrão a ser utilizado, ainda que seja viável o alinhamento ao centro, à direita ou justificado.

Diversos estudos demonstram que textos alinhados à esquerda possuem uma leitura mais simples. Além disso, pessoas com deficiência, muitas vezes, apresentam problemas de leitura em textos justificados, uma vez que esses conteúdos podem conter espaços desiguais entre as palavras, bem como espaços em branco que transcorrem várias linhas, dificultando a leitura e, em alguns casos, tornando-a impossível. Nos textos justificados também ocorrem aproximações exageradas entre algumas palavras que prejudicam a localização da separação delas.

Ainda em relação ao alinhamento, é recomendável:

  • Não usar caixas de texto, porque o software de leitor de tela ignora esse tipo de recurso, navegando pelo teclado;
  • Evitar colocar informações importantes em cabeçalhos e rodapés de documentos, pois o leitor de tela não realiza a leitura dessas seções, navegando pelo teclado.

5) Listas

Para fins de acessibilidade e melhor navegação, utilizar as ferramentas adequadas do processador de textos e apresentações para a criação de listas, enumeradas ou não, é essencial. A numeração por meio de travessões, asteriscos ou símbolos apenas simula uma lista, impossibilitando que o usuário a identifique. O mesmo vale para sites.

Assim, é importante permitir, além da leitura, a autonomia do usuário. Ele deve conseguir se direcionar até a parte do conteúdo que lhe interessa, não necessariamente de forma linear.

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Para acompanhar mais dicas relacionadas com a acessibilidade digital e na web associadas ao uso de tabelas, textos alternativos em imagens, hyperlink ou link, entre outros pontos, assista ao webinar gratuito da ESR na íntegra:

Introdução à Acessibilidade Digital e na Web com Foco na Deficiência Visual – Parceria RNP e IBC.

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