À medida que as urgências climáticas se tornam uma pauta mais presente no universo corporativo nos mais diversos setores, a computação verde também ganha destaque.
Você sabe do que se trata? Em linhas gerais, a computação verde, ou sustentável, é definida como um conjunto de práticas voltadas para uma operação de tecnologia com menos impacto no meio ambiente. Ou seja, trata-se do desenvolvimento de estratégias de TI que priorizam a eficiência energética, bem como a fabricação, o uso e o descarte adequado de computadores e outros eletroeletrônicos, além da escolha de matérias-primas de menor potencial lesivo.
Para se ter uma ideia da necessidade de abordarmos o tema, um recente relatório do Google divulgou que as emissões de gases de efeito estufa da empresa aumentaram 48% nos últimos cinco anos, principalmente por causa da expansão da demanda por data centers que comportem sistemas de inteligência artificial. De acordo com o levantamento, cerca de 14 milhões de toneladas de carbono equivalente foram produzidos em 2023, o que evidencia o desafio a ser superado e a importância da computação verde para os próximos anos.
Para compreender a pauta com mais detalhes, iremos explorar os seguintes tópicos:
- O que é computação verde?
- Quais são os principais elementos que caracterizam a computação verde?
- Qual a importância da computação verde para o cenário atual?
- Como a computação verde pode otimizar a eficiência energética das empresas?
Você também pode gostar – TI Verde: o papel da tecnologia e das organizações diante da urgência da sustentabilidade |
O que é computação verde?
O conceito de computação verde passou a ser discutido em 1992, quando a Agência de Proteção Ambiental dos Estado Unidos desenvolveu o projeto Energy Star. O programa tinha o objetivo de identificar eletrônicos de consumo que conseguiam atender a padrões de eficiência energética. Ou seja, tratava-se de uma proposta de reconhecimento das iniciativas que já aderiam, àquela época, à chamada computação ecológica, que tinha como principal
marco o impulso para a adoção da função de modo de suspensão em todo o setor de TI. Com base nisso, o Programa Energy Star foi aprimorado, dando origem à Ferramenta de Avaliação Ambiental de Produtos Eletrônicos (Electronic Product Environmental Assessment Tool ou EPEAT), que registra produtos organizados e mantidos de acordo com critérios de desempenho que valorizam a sustentabilidade. Entre eles:
- Material sustentável;
- Esforços para a redução das emissões de gases de efeito estufa, principalmente na fabricação, no transporte e na manutenção dos produtos;Longevidade dos produtos, priorizando designs duráveis;
- Gerenciamento do fim do ciclo de vida com práticas de reciclagem.
Depois desse momento e com o tempo, a computação verde ampliou seu escopo e a abrangência dos seus pilares, com o setor de TI dedicando-se não só à produção de inovação e novas tecnologias, com dispositivos cada vez menores e mais rápidos, como também preocupado em otimizar esses ativos para um modelo sustentável de ponta a ponta.
Na prática, a computação verde requer um planejamento sustentável de toda a cadeia de serviços de TI, capaz de elaborar medidas e estabelecer metas direcionadas para as diversas etapas do setor, desde a fabricação dos produtos até o seu descarte.
Portanto, podemos dizer que o termo computação verde descreve práticas que promovem:
- A redução no consumo de energia e água em operações de TI;
- O uso de energias renováveis, como solar e eólica, para alimentar data centers;
- Processos de produção mais limpos e menor descarte de resíduos eletrônicos.
Quais são os principais elementos que caracterizam a Computação Verde?
Destacamos os mais relevantes a seguir.
- Eficiência energética: redução do consumo de energia em hardware e software.
- Energias renováveis: substituição de fontes de energia tradicionais por renováveis.
- Design sustentável: equipamentos projetados para maior durabilidade e facilidade de manutenção.
- Gerenciamento de resíduos eletrônicos: reciclagem e reúso de componentes tecnológicos.
- Virtualização e computação em nuvem: otimização de recursos e redução do número de equipamentos físicos.
Você também pode gostar – Governança em TI e ESG: Como integrar práticas de sustentabilidade em sua estrutura tecnológica |
A importância da Computação Verde no cenário atual
Com a crescente digitalização e o aumento exponencial da demanda por recursos de TI, a computação verde emerge como uma solução indispensável para equilibrar inovação tecnológica e sustentabilidade. Ao minimizar os impactos ambientais, as práticas da TI ecológica harmonizam a necessidade do mercado em relação ao desempenho e à competitividade das empresas com demandas, cada vez mais urgentes, de cadeias de produção mais conscientes, transparentes e “limpas”.
A seguir, destacamos a importância da computação verde em diferentes áreas.
Importância para os data centers
A transformação digital e o aumento do volume de dados armazenados tornam os data centers elementos cruciais na operação das empresas. Entretanto, eles também são grandes consumidores de energia e fontes de emissão de carbono, sendo responsáveis por uma parcela significativa das emissões de gases globais.
Nesse cenário, a computação verde oferece soluções, como o uso de energias renováveis, virtualização e sistemas de refrigeração eficientes, para driblar esses problemas e reduzir os custos operacionais dos negócios.
Importância para a logística
A fabricação e o transporte de equipamentos de TI geram emissões significativas de gases de efeito estufa. Nesse sentido, a computação verde promove práticas como:
- Otimização de rotas logísticas, o que reduz a pegada de carbono;
- Uso de material reciclável e biodegradável, diminuindo, assim, os resíduos;
- Preferência por fornecedores locais, o que minimiza o impacto no transporte.
Essas medidas, combinadas com as outras citadas por aqui, tornam a cadeia de suprimentos de TI mais sustentável e eficiente.
Importância para a infraestrutura geral
De escritórios a fábricas, a computação verde auxilia na construção de infraestruturas inteligentes, integrando sistemas de gestão de energia, sensores IoT e práticas de manutenção preditiva para entregar as seguintes vantagens:
- Redução do consumo energético em instalações físicas;
- Maior longevidade dos equipamentos de TI;
- Menor necessidade de atualizações e substituições constantes.
Importância para a experiência do usuário
Os usuários estão cada vez mais atentos à responsabilidade ambiental das empresas com as quais interagem. Inclusive, de acordo com uma pesquisa da Sherlock Communications, entre consumidores brasileiros e latino-americanos, as ações de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) são extremamente influentes na tomada de decisões. Segundo o levantamento, 90% dos brasileiros afirmam que a responsabilidade social corporativa influencia a opinião que têm sobre as empresas.
Por isso, a adoção da computação verde é também um investimento direto no branding e na manutenção do negócio no mercado. Além disso, produtos e serviços alinhados à computação verde:
- Apresentam maior eficiência e confiabilidade;
- Atendem a expectativas de consumidores que valorizam práticas sustentáveis;
- Reforçam a imagem corporativa como responsável e inovadora.
Tais compromissos não apenas atraem mais clientes, mas também fortalecem a fidelização de quem já utiliza os serviços.
Importância para a área legal
Optar por práticas de computação verde auxilia empresas a se adequarem às regulamentações ambientais, que estão se tornando mais rigorosas em diversos países. Desse modo, podemos dizer que, em relação a compliance e governança legal, o conceito de computação ecológica viabiliza que as empresas estejam à frente nestes campos:
- Cumprimento de limites de emissões de carbono;
- Garantia de descarte adequado de resíduos eletrônicos;
- Redução de multas e sanções relacionadas com a não conformidade ambiental.
No atual cenário, estar em conformidade com as normas é crucial para operar de forma legítima e competitiva no mercado global.
Importância a longo prazo
Como dissemos, a computação verde cria um impacto positivo duradouro ao:
- Preservar recursos naturais para as futuras gerações;
- Reduzir os custos relacionados com o gerenciamento de resíduos e o consumo de energia;
- Posicionar as empresas como líderes no combate às mudanças climáticas.
Ao investir em sustentabilidade, as organizações garantem sua relevância no presente, construindo um legado inovador e responsável para o futuro.
Afinal, como a Computação Verde pode otimizar a eficiência energética das empresas?
Respondemos a isso em cinco passos:
1. Modernização de hardware – equipamentos com maior eficiência energética consomem menos e duram mais.
2. Gestão de energia inteligente – sistemas que ajustam o consumo conforme a demanda.
3. Adoção de servidores virtuais – menos servidores físicos resultam em menor uso de energia e espaço.
4. Refrigeração eficiente – técnicas como resfriamento por água ou o uso de temperatura ambiente externa.
5. Transição para energia renovável – data centers movidos a fontes renováveis.
Ou seja, com a computação verde, o setor de TI se compromete a ser um importante aliado em prol da sustentabilidade global, provando que tecnologia e consciência ambiental podem (e devem) caminhar lado a lado.
_______________________________________
Você também pode gostar: Webinar gratuito – “Sustentabilidade e TICs: caminhos para a implantação de uma agenda ESG nas organizações públicas e privadas”, com o especialista Alexandre Cesar Motta de Castro. |