Para compreender a diferença entre protocolos RIP e OSPF você deve primeiro dominar bem a função de cada um, em sua atuação isolada.
Neste contexto, ao discriminar a sigla OSPF encontramos Open Shortest Path First, que na linguagem da tecnologia se traduz em um processo de “escolher o caminho mais curto primeiro“, quando o que está em análise são informações de diversos roteadores conectados entre si.
Assim, o objetivo do Protocolo de Roteamento OSPF (Open Shortest Path First) é observar dentre esses elementos interconectados qual apresenta um melhor trajeto e desempenho para entregar um pacote de rede, representando um trabalho mais efetivo.
O OSPF é um protocolo de roteamento dinâmico, eficiente e não-proprietário, projetado para operar dentro de um sistema autônomo, e, portanto, atuar como um protocolo do tipo IGP (Interior Gateway Protocol).
É aqui que encontra-se a principal diferença entre RIP e OSPF. Ao contrário do protocolo RIP (Routing Information Protocol), que adota o algoritmo vetor-distância (distance vector), o protocolo OSPF baseia-se no algoritmo estado de enlace (link-state) para propagar e processar as informações de roteamento. Mas, essa é só uma das discrepâncias entre eles.
Continue conosco para descobrir outros detalhes desses dois modelos de protocolos.
O que é o Protocolo OSPF?
Retomando a ideia dos parágrafos anteriores, o Protocolo OSPF é um modelo dinâmico, pautado no roteamento link-state para identificar o caminho de “melhor custo-benefício” para trocar pacotes de redes entre esses dispositivos (roteadores).
Na prática ele é, em certa medida, comparável ao trabalho de um GPS, que avalia os trajetos disponíveis em um aplicativo e escolhe aquele que levará, de forma mais rápida e sem percalços, uma pessoa ao seu destino
Aprofunde-se nesta conceituação com a ESR. Leia mais:
O que é Protocolo RIP?
Da mesma forma que o anterior, o objetivo do Protocolo RIP (Routing Information Protocol) é buscar o melhor trajeto para troca de informações entre roteadores.
Entretanto, o RIP faz isso de uma outra forma: baseando-se no algoritmo de vetor-distância entre os dispositivos e na contagem do número de hops que determinada mensagem leva para alcançar seu destino.
A ideia é que o RIP seja um Interior Gate Protocol (IGP), voltado para redes não tão complexas.
A exemplo disso o RFC 1058 (Request for Comments), de 1988, descreveu a primeira versão do Protocolo RIP. Em 1991, por sua vez, houve o lançamento do RIPv1, sucedido pelo RIPv2 inaugurado através do RFC 1388.
Os RFC são documentos-guia, utilizados para a definição de padrões técnicos da web e de tecnologias da rede.
Outros desses textos que revisaram as versões do Protocolo RIP foram o RFC 1723, 2453 e 4822, adicionando, sobretudo, medidas de segurança ao protocolo.
Leia mais: O que é o protocolo IPV6?
Afinal, qual a diferença entre o Protocolo RIP e OSPF?
Após o entendimento técnico de cada um desses protocolos, visualizar a diferença entre eles se torna uma tarefa mais simples.
De acordo com o profissional Gledson Elias, doutor em Ciência da Computação (UFPE) e mestre em Informática (PUC-Rio), há uma tabela prática que deixa essas discrepâncias em evidência de forma dinâmica e objetiva. Confira:
Modelo de algoritmo
OSPF: Adota o algoritmo do estado do enlace (link-state)
RIP: Adota o algoritmo vetor de distância (distance vector)
Forma de propagação da informação
OSPF: Propaga informações na inicialização e após mudanças na rede para todos os roteadores
RIP: Propaga tabela de roteamento de forma periódica para roteadores vizinhos
Velocidade de convergência
OSPF: Rápida convergência da tabela de roteamento
RIP: Lenta convergência da tabela de roteamento – demora a detectar falhas
Tamanho da rede
OSPF: Não impõe limite no tamanho da rede
RIP: Limita a rede a 15 saltos (hops)
Métrica das rotas
OSPF: Métrica das rota é baseada no custo dos enlaces
RIP: Métrica das rotas é baseada no número de saltos (hops)
Ambos suportam o endereçamento classless e VLSM (Variable Length Subnet Mask)
Estratégia de roteamento
OSPF: Adota a estratégia de roteamento hierárquico
RIP: Adota estratégia de roteamento plano
Rotas
OSPF: Suporta múltiplas rotas de custos iguais
RIP: Sem suporte a múltiplas rotas
Operação
OSPF: Opera diretamente sobre o protocolo de rede IP
RIP: Opera sobre o protocolo de transporte UDP
Indicação de uso
OSPF: Adota em redes de médio e grande portes
RIP: Adotado em redes de pequeno porte
Complexidade de configuração
OSPF: Configuração requer conhecimento de conceitos do protocolo
RIP: Configuração mais simples
Sobre a Escola Superior de Redes (ESR)
A Escola Superior de Redes (ESR) promove a capacitação, o desenvolvimento profissional e a disseminação de conhecimento de tecnologias da informação para todo o Brasil há mais de 17 anos.
Durante a sua trajetória já atendeu mais de 1100 instituições, além de ter contribuído para a capacitação de mais de 40 mil alunos.
A escola, única parceira do maior instituto de cibersegurança do mundo, o Sans, oferece mais de 100 cursos, distribuídos em diferentes trilhas de conhecimento.
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