Em um cenário marcado pelo crescimento constante dos ambientes computacionais, sobretudo por causa da popularização da virtualização, o gerenciamento individualizado desses espaços torna-se inviável.
O conceito de operações como código refere-se à possibilidade de driblar esse desafio, automatizando as orientações e correções de infraestrutura, por meio de um repositório de códigos único que, posteriormente, é direcionado para as demais máquinas virtuais. Ou seja, nesse processo, gerenciar infraestruturas fica mais ágil, fácil e prático, visto que demanda comandos inéditos capazes de repercutir nos diferentes consoles agregados ao projeto.
Tanto o ajuste, a atualização e o aprimoramento quanto qualquer outra mudança são realizados por meio de um script que ramifica a informação para os demais ambientes computacionais.
Esse foi o tema abordado em um novo webinar da ESR para dar ênfase a uma pauta que aponta como tendência para 2024. Acompanhe, abaixo, as três perguntas principais apresentadas no evento on-line e gratuito da Escola Superior de Redes.
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Operações como código: três dúvidas que você precisa saber
1) O que são operações como código?
As operações como código auxiliam a administração inteligente de grandes ambientes computacionais, pois automatizam as infraestruturas em sua máxima potência. Ou seja, falar em operações como código é abordar a capacidade de substituir uma operação manual, lenta e individualizada por uma ação de codificação de passos alocados em um sistema de funcionamento. Com isso, é possível desenvolver um repositório de dados que será lido dinamicamente e processado, assim como o deployment será realizado de forma automática.
Em linhas gerais, utilizar tal recurso é tratar a infraestrutura computacional como um desenvolvimento de software, encontrando formas de executar determinada ação sem que haja a interação do usuário. Uma execução independente de comandos.
As operações como código são indicadas, sobretudo, para ambientes computacionais em crescimento e para os quadros crescentes de máquinas virtuais (VMs), visto que:
- Otimizam as alterações e as correções da infraestrutura com base em um só script;
- Mitigam possíveis esquecimentos de VMs, visto que vão repercutir a orientação principal em todas as máquinas virtuais;
- Dão agilidade aos processos internos, às mitigações de ameaças e às inconsistências, pois automatizam as respostas.
Para entender como esse conceito se dá na prática, imagine um evento de indisponibilização de um servidor DNS. Ao utilizar as operações como código, o profissional consegue entrar em um repositório único de códigos, fazer a correção do problema de configuração, testar e seguir com o commit. Depois desses passos, a estrutura passa por um processo de “autocura”, ou como é chamado tecnicamente “auto-healing”, observando o comando do repositório.
Com essa implementação, a empresa fica menos dependente de pessoas específicas que conheçam a infraestrutura como um todo e concentra a habilidade de alterá-la ou corrigi-la.
2) Qual o processo para iniciar uma operação como código?
Normalmente, a operação como código deriva de um cenário computacional que cresceu expressivamente e, por isso, demandou alterações na forma de gerenciá-lo. O caminho natural, portanto, é transformar a infraestrutura existente em uma operação como código, utilizando, para isso, ferramentas específicas. Assim, o que direciona a implementação e o aprimoramento dessa tecnologia, na verdade, é a escalabilização da estrutura de computação das empresas.
Quanto maior e mais diverso for um ambiente computacional, mais complexo será gerenciá-lo individualmente.
A lógica é basicamente esta: estrutura -> crescimento do ambiente em certa medida fora do controle -> necessidade de gerenciamento automatizado.
3) Quais ferramentas são indicadas para desenvolver uma operação como código?
Para começar um projeto de operação como código, você precisa observar a presença de um git, um controle de versionamento, como um Gitlab. Depois é imprescindível trabalhar com Continuous Integration/Continuous Delivery (CI/CD) para possibilitar um processo de implantação contínuo.
A partir disso, é possível salvar um arquivo e executá-lo por meio de um script que valida e faz as automações necessárias, colocando as informações para rodar no cenário desejado.
Já para a gerência de configuração, ferramentas como Ansible são bastante indicadas. Veja como atua cada uma dessas ferramentas:
- Gitlab (controle de versionamento) – é uma plataforma de controle de versionamento que possibilita o gerenciamento eficiente do código-fonte de um projeto. Ele oferece recursos robustos para o controle de alterações, a colaboração entre desenvolvedores e o rastreamento preciso das versões do código ao longo do tempo. Além disso, permite rastrear alterações no código, fornecendo um histórico detalhado de todas as modificações realizadas. Isso facilita a colaboração em equipe, pois cada membro pode contribuir para o projeto de forma segura, sabendo que as versões anteriores estão preservadas.
- Continuous Integration/Continuous Delivery (CI/CD) – refere-se a práticas que visam automatizar e acelerar o ciclo de vida do desenvolvimento de um software, desde a integração do código até a entrega contínua de software em ambientes de produção.
- Ansible (gerenciamento de configuração) – Ansible é uma ferramenta de automação que simplifica tarefas complexas de configuração, implantação e gerenciamento de infraestrutura. Ela permite definir configurações como código e automatizar processos repetitivos.
Quando combinadas, essas ferramentas proporcionam uma base sólida para o desenvolvimento eficiente de projetos, inclusive de operação como código, otimizando a infraestrutura e os ambientes computacionais, além de garantir a automação contínua das configurações.
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ESR: sua melhor escolha em ensino e aprendizado em TI, inclusive sobre operações como código!
Em seu último webinar gratuito (Operações como Código: Programação para Infraestrutura, DevOps e Segurança da Informação), a ESR abordou exatamente o que detalhamos até aqui, enfatizando o potencial da codificação como uma ferramenta valiosa para automatizar tarefas, criar scripts eficientes e desenvolver endpoints ou plataformas que facilitam a colaboração com desenvolvedores e a realização de resposta automática a incidentes de segurança.
O conteúdo foi ministrado pelos especialistas Felipe Scarel, que possui mais de 15 anos de experiência em infraestrutura de sistemas e outros 10 em segurança da informação, e Francisco Marcelo Marques, mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade de Brasília (2009) e pós-graduado em Segurança de Redes de Computadores pela Universidade Católica de Brasília (2003), em um bate-papo fluido e recheado de tira-dúvidas.
Confira o vídeo na íntegra e de forma gratuita para descobrir quais outras perguntas sobre operações como código foram respondidas. Basta acessar aqui.