Adoção de redes Wi-Fi 6 e 7: o que está por trás dessas tecnologias?

Adoção de Redes Wi-Fi 6

Com a crescente demanda por conectividade mais robusta e a proliferação de dispositivos Internet das Coisas (IoT), a análise das redes Wi-Fi 6 se tornou essencial para as empresas que buscam melhorar sua infraestrutura sem fio. 

Para se ter uma ideia desse cenário, de acordo com dados da pesquisa ISG Provider Lens Internet das Coisas (IoT), mais de 27 bilhões de dispositivos já estão conectados e se conversam no mundo, exigindo estruturas de redes cada vez mais avançadas.

Desde a sua implementação original, iniciada em 1997, pela Wi-Fi Alliance, a internet por Wi-Fi se transforma para atender a essas exigências do mercado, incorporando diversas melhorias no seu escopo.

Agora, em uma proposta relativamente recente (sexta geração), com padrão baseado no protocolo 802.11ax, a tecnologia tem o propósito de aprimorar/revolucionar a forma como nos conectamos.

Na prática, isso significa dizer que as redes Wi-Fi 6 são desenvolvidas para suportar mais dispositivos conectados, mantendo a mesma performance e garantindo a integridade dos pacotes de dados. Além disso, a iniciativa impacta positivamente a eficiência, a flexibilidade e a escalabilidade dos processos cibernéticos, refletindo em avanços significativos para a experiência do usuário. São melhorias associadas à largura de banda ultra-alta, maior capacidade de acesso à rede e redução de mais de 30% no consumo de energia dos terminais.

Neste artigo, vamos detalhar o que está por trás das redes de internet sem fio Wi-Fi 6 e como se preparar para as oportunidades de mercado associadas a essa inovação.

Vamos também abordar o que se sabe sobre o Wi-Fi 7. Boa leitura! 

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O que muda com a 6ª geração das redes Wi-Fi?

O termo Wi-Fi (abreviação da tecnologia Wireless Fidelity ou fidelidade sem fio, em português) está associado a um grupo de protocolos de rede sem fio baseados no padrão de rede IEEE 802.11. A cada geração, são introduzidas melhorias que visam aumentar a velocidade, confiabilidade e segurança das conexões. Confira as evoluções mais recentes: 

  • Wi-Fi 6 (802.11ax): 2,4/5 GHz, 600–9608 Mbit/s (2019)
  • Wi-Fi 5 (802.11ac): 5 GHz, 433–6933 Mbit/s (2014)
  • Wi-Fi 4 (802.11n): 2,4/5 GHz, 72–600 Mbit/s (2009)
  • Wi-Fi 3 (802.11g): 2,4 GHz, 54 Mbit/s (2003)
  • Wi-Fi 2 (802.11a): 5 GHz, 54 Mbit/s (1999)
  • Wi-Fi 1 (802.11b): 2,4 GHz, 11 Mbit/s (1997)

De forma resumida, a nova geração de redes Wi-Fi 6 se diferencia por focar na entrega de mais desempenho em ambientes com múltiplos pontos de conexão, como empresas, estádios e aeroportos, entre outros espaços com grandes volumes de dispositivos conectados simultaneamente. Para que isso seja possível, duas tecnologias-chave entram em cena: MU-MIMO e OFDMA.

  • MU-MIMO (Multi-User, Multiple Input, Multiple Output): permite que o roteador se comunique com múltiplos dispositivos ao mesmo tempo. No Wi-Fi 5, era possível conectar até quatro dispositivos simultaneamente; já no Wi-Fi 6, esse número sobe para oito.
  • OFDMA (Orthogonal Frequency-Division Multiple Access): com o OFDMA, o Wi-Fi 6 pode dividir cada canal em subcanais menores, permitindo que vários dispositivos compartilhem o mesmo canal de forma mais eficiente, o que evita congestionamento e melhora o desempenho geral da rede.

Outras características importantes do Wi-Fi 6

Além de MU-MIMO e OFDMA, o Wi-Fi 6 oferece outras funcionalidades avançadas, como:

  • Target Wake Time (TWT) – ajuda a reduzir o consumo de energia dos dispositivos conectados, o que se torna útil para dispositivos IoT, como câmeras e sensores, que podem permanecer em modo de espera até que seja necessário transmitir dados;
  • 1024-QAM – responsável por aumentar a eficiência da transmissão de dados, possibilita que o Wi-Fi 6 ofereça uma velocidade até 40% maior em comparação com o Wi-Fi 5;
  • WPA3 – o Wi-Fi 6 é compatível com o protocolo de segurança WPA3, que traz melhorias significativas em criptografia e proteção contra ataques. Essa característica torna as redes mais seguras para todos os usuários.

Podemos, portanto, dizer que as vantagens das redes Wi-Fi 6 são divididas nas seguintes frentes:

Benefícios das redes Wi-Fi 6: 

  1. Maior capacidade de rede: conexão simultânea de múltiplos dispositivos;
  2. Velocidade aprimorada: graças ao 1024-QAM, o Wi-Fi 6 pode atingir velocidades até 40% maiores em relação ao Wi-Fi 5, proporcionando transferências de dados mais rápidas, streaming sem interrupções e melhor desempenho em jogos on-line.
  3. Menor latência: as tecnologias MU-MIMO e OFDMA reduzem significativamente a latência, possibilitando que vários dispositivos transmitam dados ao mesmo tempo de forma mais eficiente, sem causar congestionamento na rede.
  4. Eficiência energética: com o Target Wake Time (TWT), os dispositivos conectados ao Wi-Fi 6 podem entrar em modo de espera até que seja necessário transmitir dados, ou seja, há uma economia direta de energia.
  5. Segurança reforçada: o suporte ao protocolo WPA3 traz melhorias de segurança, incluindo criptografia mais robusta, proteção contra ataques de força bruta e autenticação mais segura, além de oferecer uma rede mais confiável e protegida contra ameaças cibernéticas.
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Wi-Fi 6E: 

As redes Wi-Fi 6 contam ainda com uma extensão projetada para operar na faixa de 6 GHz. A Wi-Fi 6E possui uma largura de banda ainda mais robusta, menos interferência e maior velocidade de transmissão em comparação com as faixas tradicionais de 2,4 GHz e 5 GHz. Em termos práticos, a Wi-Fi 6E se destaca por proporcionar uma experiência de conectividade bastante eficiente em ambientes congestionados, apresentando-se como uma ferramenta útil para aplicações que exigem altas taxas de transmissão de dados, como streaming em 8K, realidade virtual e ambientes de trabalho colaborativo.

Desafios da adoção do Wi-Fi 6

Apesar dos benefícios, a adoção do Wi-Fi 6 ainda enfrenta alguns desafios. Um deles é a compatibilidade dos dispositivos com a nova tecnologia.

Embora os roteadores Wi-Fi 6 já estejam amplamente disponíveis, nem todos os dispositivos são compatíveis com ele, o que demanda que as empresas e os consumidores atualizem os seus equipamentos gradualmente.

Além disso, o custo dos roteadores e dispositivos compatíveis com o Wi-Fi 6 tende a ser um pouco mais alto em comparação com os modelos anteriores. E quando se pensa em adoção em massa, esse pode ser um obstáculo significativo, principalmente para pequenas empresas e usuários domésticos.

Ou seja, há entraves relacionados com a atualização de infraestrutura, compatibilidade com dispositivos mais antigos e os custos envolvidos. Podemos resumir da seguinte forma:

1) Compatibilidade de dispositivosNem todos os dispositivos existentes no mercado são compatíveis com o Wi-Fi 6, o que significa que as empresas e os consumidores precisam, gradualmente, atualizar os seus equipamentos, como smartphones, laptops, roteadores e outros dispositivos conectados. Muitos aparelhos mais antigos podem não ser capazes de aproveitar as melhorias oferecidas pelo Wi-Fi 6, o que pode resultar em uma experiência limitada até que a transição seja totalmente feita.
2) Custo de equipamentosOs roteadores e dispositivos que suportam o Wi-Fi 6 e o Wi-Fi 6E costumam ser mais caros do que os modelos que utilizam tecnologias anteriores, como o Wi-Fi 5. 
Esse custo elevado pode ser um obstáculo para pequenas empresas, startups e usuários domésticos que ainda estão se adaptando às novas exigências de conectividade. 
Da mesma forma, o investimento inicial para atualizar toda a infraestrutura de rede pode parecer significativo, o que contribui para uma implementação mais lenta.
3) Atualização de infraestruturaA transição para o Wi-Fi 6 não se limita apenas à compra de novos roteadores.
 Para que as empresas maximizem os benefícios dessa tecnologia, muitas vezes, é necessário revisar e adaptar toda a infraestrutura de TI, garantindo que ela seja compatível com velocidades mais altas e maior número de dispositivos conectados simultaneamente. Esse processo pode ser complexo e caro, especialmente para empresas com redes grandes e estabelecidas.

E o Wi-Fi 7: onde entra nessa história?

Lançado oficialmente em janeiro de 2024, o Wi-Fi 7, também conhecido como IEEE 802.11be Extremely High Throughput (EHT), é o próximo salto em desempenho de redes sem fio. Ele vai utilizar as três bandas de frequência (2.4 GHz, 5 GHz e 6 GHz) para maximizar o uso do espectro. 

O objetivo do Wi-Fi 7 é fornecer velocidades surpreendentes e maior eficiência para cada dispositivo conectado. Algumas das suas principais características incluem:

  • Banda ultralarga de 320 MHz – o Wi-Fi 7 oferece o dobro da largura de banda do Wi-Fi 6, o que reflete em mais velocidade;
  • Modulação 4096-QAM – aumenta a capacidade de transmissão de dados, tornando possível a transmissão de um volume muito maior de informações em menos tempo;
  • Multi-RU (Resource Unit) e Multi-Link – essas tecnologias possibilitam o uso simultâneo de vários links e recursos, melhorando a eficiência e a capacidade de resposta da rede.

Até 4,8 vezes mais veloz que o Wi-Fi 6 e 13 vezes mais rápido que o Wi-Fi 5, estima-se que o Wi-Fi 7 atue tanto na transmissão de vídeos em 8K até em experiências imersivas de realidade virtual (RV). Além disso, ele deve trazer latência ainda mais baixa, o que será crucial para aplicativos críticos, como jogos on-line, automação industrial e telemedicina.

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Você está preparado para atuar com as novas gerações de redes e com as demandas por infraestruturas atualizadas? 

O profissional de TI especialista em administração e projetos de rede precisa, necessariamente, conhecer as novas tecnologias e demandas do mercado, tais quais as recentes gerações de Wi-Fi, e se adaptar a elas. Sabendo disso, a Escola Superior de Redes (ESR), a maior referência em ensino para o setor há mais de 20 anos, abre novas turmas a cada semestre para abordar os mais variados temas.

Para a área de infraestrutura e projetos de redes, por exemplo, os cursos da ESR preparam o profissional para enfrentar os desafios diários do suporte a roteadores, switches e estações de trabalho, dominando protocolos e tecnologias usadas para projetar e operar redes corporativas tanto locais (LAN) como de longa distância (WAN), assim como provedores de acesso à internet.

São diversos cursos, tanto na modalidade EaD quanto na presencial, como: 

  • Introdução à Arquitetura TCP/IP;
  • Arquitetura e Protocolos de Rede TCP-IP;
  • Implantação de Rede IPv6;
  • OSPF Avançado;
  • Administração e Projeto de Redes;
  • Protocolo BGP na Administração de AS;
  • Protocolos de Roteamento IP, entre outros. 

Conheça todas as turmas da ESR e prepare-se para atualizar seu escopo de trabalho.

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