Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES), os serviços de computação em nuvem (cloud computing) devem crescer 35,5% ao ano até 2022 no país. Isso representa um aumento de 0,5% em relação ao que o Brasil já vem performando dentro deste mercado de nuvem, mas ainda apresenta espaço para ampliação da participação das empresas.
Este aumento identificado no mercado é impulsionado principalmente pelo movimento de empresas de software espalhadas pelo Brasil, que prezam cada vez mais pela redução de custos e maior segurança em sua operação. Além disso, a velocidade e produtividade promovidas por esta tecnologia ganham destaque entre os empreendedores e contribuem com o aumento da adesão.
Neste artigo você vai conhecer um pouco mais sobre o que é a tecnologia de computação em nuvem (cloud computing), quais suas principais características e como está o cenário de seu uso no Brasil. Continue a leitura e confira!
O que é computação em nuvem (cloud computing)
De forma resumida e simplificada, podemos dizer que computação em nuvem (cloud computing) é, segundo definição do NIST: “um modelo para habilitar o acesso por rede ubíquo, conveniente e sob demanda a um conjunto compartilhado de recursos de computação (como redes, servidores, armazenamento, aplicações e serviços) que possam ser rapidamente provisionados e liberados com o mínimo de esforço de gerenciamento ou interação com o provedor de serviços”.
Sendo assim, o principal diferencial da computação em nuvem para o modelo tradicional de entrega deste tipo de serviço é o modelo de disponibilização através da internet e oferecido por provedores de computação em nuvem. Tudo de forma rápida, flexível e econômica.
Devido ao uso da computação em nuvem, as organizações conseguem se planejar melhor diante do seu cenário de CAPEX e OPEX. Ou seja, suprimem a necessidade de investir na aquisição (CAPEX) e manutenção (OPEX) de datacenters ou servidores físicos, por exemplo.
Além de um planejamento mais assertivo de dispêndio, o uso dos serviços de computação em nuvem (cloud computing) tem por característica a possibilidade de a empresa pagar somente mediante a quantidade de uso projetado. Assim, pode-se ter ganhos correlacionados de eficácia e eficiência.
Este é mais um indicativo de como investir nesta tecnologia pode contribuir para ter custos operacionais mais efetivos, justificados na sua empresa.
Para o usuário final, a grande vantagem está na possibilidade de reduzir a necessidade de realizar a instalação de aplicativos ou programas no computador para executar tarefas do dia a dia. Através de diferentes serviços disponibilizados na nuvem, é possível fazer desde a criação e edição de planilhas, passando pelo armazenamento de documentos em pastas pessoais, até a edição de vídeos ou processamento de dados em grandes bancos.
Histórico da computação em nuvem
O conceito de computação em nuvem surgiu — ainda não nos mesmos moldes e concepções que utilizamos hoje, mas já a ideia central — na década de 1950, através de uma junção de ideias de dois especialistas americanos: John McCarthy e Joseph Carl Robnett Licklider.
Os pesquisadores desenvolveram este conceito buscando trabalhar a essência do que utilizamos hoje, que são as características de disponibilidade e acessibilidade. Na década de 1990 algumas empresas de telecomunicações desenvolveram redes virtualizadas através das quais a mesma infraestrutura física podia dar acesso compartilhado a diferentes usuários.
E foi então que, após diferentes pesquisas, estudos e aplicações da tecnologia, o professor de sistemas da informação Ramnath Chellappa utilizou o conceito “computação em nuvem” pela primeira vez, em uma palestra universitária no ano de 1997. A ideia da nuvem, é importante salientar aqui, vem da simbologia relativa a algo que está no ar, fazendo uma correlação com os sistemas que não ficam hospedados em servidores físicos, mas na internet.
Como se popularizou
A popularização do conceito de computação em nuvem se deu a partir dos anos 2000, principalmente, quando os provedores passaram a oferecer este serviço comercialmente. Um exemplo deste tipo de case é a gigante de tecnologia Amazon, que deu início à sua trajetória oferecendo uma espécie de “aluguel de computadores virtuais” para seus clientes (pessoas físicas ou empresas).
Na sequência, outras empresas começaram a identificar esta tendência de comportamento dos usuários e empresas e passaram a também ofertar seus serviços no mercado da computação em nuvem, como Google e Microsoft.
Uma forma mais palpável de compreender a ideia da computação em nuvem vem com o surgimento da Netflix, que passou a oferecer o serviço de streaming de vídeo. Ou seja, os clientes não precisam mais alugar DVDs ou fitas cassete nas locadoras para ter acesso aos títulos, mas apenas fazer uma assinatura mensal que dá acesso ao catálogo completo através da internet.
Hoje, os setores que mais investem em nuvem são os de serviços financeiros (como fintechs e bancos digitais), sites, aplicativos de transporte e entrega (como Ifood, Uber Eats, Rappi, etc.). Além destes, destacamos também as empresas de tecnologia e desenvolvedoras de software mencionadas no início deste artigo, que comumente hospedam e ofertam seus produtos através da nuvem (modelo SaaS — Software as a Service).
Como funciona a computação em nuvem (cloud computing)
Agora que já vimos um pouco sobre o que é e como surgiu a computação em nuvem, hora de entender melhor sobre seus componentes e elementos que norteiam sua operação. São eles os apresentados a seguir.
Características essenciais
Dentro da categoria de características essenciais da computação em nuvem, o NIST cita alguns elementos principais:
- auto-serviço sob demanda (possibilidade de o consumidor provisionar de forma autônoma os recursos de computação que deseja utilizar);
- amplo acesso por rede (disponibilidade de recursos através da rede e com acesso por mecanismos padronizados);
- agrupamento de recursos (facilitação de acessibilidade para diferentes consumidores conforme demanda);
- elasticidade rápida (a liberação dos recursos se dá de forma rápida e facilmente adaptável às necessidades);
- e serviço mensurado (controle e otimização automáticos dos recursos através de medições constantes).
Modalidades de serviço
No que diz respeito às possíveis modalidades de serviço que podem ser ofertados através da computação em nuvem (cloud computing), existem três principais, que citaremos a seguir:
- Software como Serviço (Software as a Service – SaaS): oferta de aplicações de software baseados na nuvem com acesso por login e senha através da internet);
- Plataforma como Serviço (Platform as a Service – PaaS): disponibilização de infraestrutura em nuvem para instalação das soluções ou aplicativos do consumidor;
- Infraestrutura como Serviço (Infrastructure as a Service – IaaS): infraestrutura completa de computação oferecida na nuvem, como armazenamento, processamento e comunicação em rede.
Modalidades de instalação
Por último, dentro do tripé de elementos que compõem o conceito de computação em nuvem, temos as modalidades de instalação desses tipos de serviços, que vão variar de acordo com a necessidade, orçamento, objetivos e estrutura do seu negócio. São as opções:
- Nuvem privada (infraestrutura provisionada pelo provedor para uma única organização, independente de operação dentro ou fora das instalações da empresa);
- Nuvem comunitária (neste caso, a infraestrutura é ofertada para uso de uma comunidade de consumidores com interesses em comum);
- Nuvem pública (neste caso, a infraestrutura é provisionada para uso aberto ao público em geral e fica nas instalações do provedor);
- Nuvem híbrida (por último a nuvem híbrida tem como característica ser uma composição de dois ou mais tipos de infraestruturas citados anteriormente, contando com independência de entidades, porém interligadas através de tecnologia padronizada.
Principais benefícios da computação em nuvem
A adoção da computação em nuvem vem crescendo no Brasil ao longo dos últimos anos e os principais motivos que levam a isso são os significativos benefícios proporcionados.
Antes de começarmos a listar os principais benefícios (pois são muitos, então vamos nos atentar aos mais valiosos), é importante ter conhecimento sobre uma característica em especial deste tipo de oferta computacional: a adequação às necessidades da sua empresa.
Ao utilizar serviços de computação em nuvem na sua organização você logo irá identificar que a estrutura pode ser facilmente ampliada ou reduzida para atender a demanda que a sua empresa apresentar. Assim, conforme o negócio for crescendo e novas necessidades forem surgindo, você não vai precisar comprar mais servidores ou redes, mas simplesmente ampliar a infraestrutura em nuvem já contratada.
Vamos agora aos demais benefícios.
Agilidade e produtividade
Ao proporcionar acesso fácil a uma imensa gama de tecnologias por meio da internet, a o que é computação em nuvem em nuvem (cloud computing) traz grande agilidade e velocidade às novas implementações. Com isso, testar novas possibilidades e ideias, desenvolver novas experiências e implantar novos serviços e sistemas passam a poder ser feitos em questão de poucos minutos, contribuindo de forma significativa com o fomento à transformação digital.
Isso provê um ambiente propício ao exercício da inovação, permitindo acesso rápido a resultados de testes e chance de correção de falhas dentro do tempo disponível. A produtividade vem como consequência desta agilidade, uma vez que com a computação em nuvem é possível fazer muito mais em menos tempo e deixar que as equipes se dediquem a aspectos mais estratégicos e menos operacionais.
Escala e implantação global
Como mencionado anteriormente, a implementação de novos sistemas e serviços ganha muito em velocidade quando se fala no uso da computação em nuvem (cloud computing). Isso se reflete diretamente também na facilidade de ampliação das atividades da sua empresa, disponibilizando os serviços para novas regiões geográficas, por exemplo, em questão de minutos e com poucos cliques.
Segurança e confiabilidade
Por último na nossa lista de hoje temos como uma grande vantagem da computação em nuvem (cloud computing) a segurança e confiabilidade que este tipo de sistema oferece para as empresas.
A computação em nuvem tem como uma de suas bases mais sólidas o respeito a uma série de políticas de controle e segurança que contribuem com a proteção dos dados e da infraestrutura como um todo contra qualquer tipo de ameaça. Além disso, possuem práticas que facilitam a reduzem custos na realização de backups de dados e manutenção de sua integridade.
Nos últimos tempos, devido à pandemia do coronavírus e da migração de centenas de empresas para o modelo home office, a demanda por serviços em nuvem cresceu de forma exponencial. A transformação digital foi acelerada em meses o que aconteceria ao longo dos próximos cinco anos, e dentre as mudanças está a alta adesão à nuvem.
A necessidade das empresas pela disponibilização de recursos de forma remota fez com que os números de servidores BPM (business process management) dessem um salto de quatro a cinco vezes ao longo dos primeiros 10 meses de quarentena. A previsão que apresentamos no início deste artigo feita pela ABES pode sofrer significativas mudanças devido aos impactos da pandemia, trazendo um crescimento mais acelerado do que o que era previsto inicialmente.
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