Design Thinking é um conjunto de ferramentas que ajuda no pensamento crítico, retirado do design para a área de negócios e inovação. Dentre as diferentes metodologias inovadoras utilizadas por empresas para criar processos e produtos cada vez melhor adaptados aos consumidores, o Design Thinking se destaca por uma série de razões.
Primeiro porque é uma forma inovadora de organizar ideias de maneira simples, ágil e com planejamento. Segundo porque busca sempre trazer para o mercado a melhor versão de tudo que a empresa faz. E terceiro porque reúne competências do design como a criatividade e estudo do público, com habilidades analíticas e estatísticas promovendo uma convergência dos dois mundos em prol do desenvolvimento dos negócios.
Antes de nos aprofundarmos mais na metodologia é fundamental esclarecer um ponto: assim como na área das metodologia ágeis — como Kanban, Agile e Scrum —, a implementação do Design Thinking precisa ser muito bem planejada pelos gestores para que haja efetividade.
Isso porque na maior parte das vezes as organizações não são acostumadas a lidar com processos colaborativos e inovadores com estes, o que pode provocar certa resistência no início, e até gerar gargalos pela falta de prática e experiência dos envolvidos.
Metodologias colaborativas e de criatividade precisam de ambientes que as favoreçam, então para implementar Design Thinking na sua empresa, alguns estudiosos entendem que é necessário antes realizar uma análise completa do cenário atual, compreenda onde estão os pontos mais críticos da sua operação, leve a ideia ao time e estabeleça novas práticas para que os processos possam fluir de forma satisfatória.
Contudo, é sempre importante contar com profissionais especializadas para fazer a análise do seu cenário e avaliar quantas etapas será necessário implementar antes de colocar o Design Thinking em prática.
Agora sim, vamos ao Design Thinking.
Como funciona o Design Thinking
Como o próprio nome da metodologia sugere, Design Thinking é o pensamento do design. Na prática, podemos dizer que a metodologia busca promover abordagens originadas na área do design, com aqueles elementos de criatividade e pensamento crítico aos quais já nos referimos anteriormente, porém aplicadas à realidade e objetivos de um negócio.
A ideia do pensamento de designer foi proposta originalmente por Tim Brown, CEO da consultoria de design norte-americana Ideo. Para ele, pensar como designer é ir além, investigar todas as possibilidades acerca de uma situação, produto ou serviço e alcançar níveis elevados de inovação para trazer a melhor experiência e os melhores resultados. Assim, o foco sempre será o cliente final da sua empresa, e a ideia por trás da metodologia é a de pensar nas melhores soluções para os diferentes desafios do dia a dia da organização.
Não é milagre, mas um novo olhar orientado para a resolução de problemas de forma criativa, simples e ágil.
A proposta da metodologia de Design Thinking precisa ser plantada em solo fértil e a empresa que se dispuser a aplicá-la precisa estar preparada estruturalmente para receber seus resultados. A metodologia é construída de forma colaborativa — mais um princípio do design que defende que uma mente sozinha pode muito menos do que várias juntas — e ao longo do processo são gerados diferentes insights que servirão para a geração de resultados no fim do processo.
Por isso a importância da mudança de mentalidade da organização antes de iniciar qualquer passo desta metodologia. O espírito da empresa terá que ser como o das startups, que se utilizam — e muito — dessas metodologias criativas, aplicam diferentes termos também comuns a este universo, e podem servir como inspiração quando a empresa for estudar seu cenário e entender as possibilidades dentro da sua própria realidade.
É importante entender que a empresa não precisa mudar completamente do dia para a noite, os passos podem ser lentos. Pode-se iniciar com pequenas mudanças como uma gestão não tão verticalizada e a criação de uma cultura de dar e receber feedbacks entre o time melhorando a proximidade e confiança, por exemplo. Pequenas mudanças que ao longo do tempo podem culminar em um cenário favorável ao desenvolvimento e aplicação do Design Thinking.
Etapas para a aplicação da metodologia
O Design Thinking é uma metodologia que pode ser aplicada a negócios de qualquer porte, segmento e área de atuação. Isso porque a metodologia conta com alguns passos básicos para implementação em que serão desenhados objetivos e metas particulares para cada organização.
Dessa forma, não há limitações por parte da metodologia sobre o que pode ou não ser feito, o limite vai estar na capacidade de execução de cada organização, e será definido com a criação de objetivos e prazos factíveis dentro de cada realidade.
Confira as principais etapas gerais do Design Thinking e faça uma análise sobre como cada uma delas pode fazer sentido para a sua empresa.
1. Imersão
A etapa inicial do processo é essa que já mencionamos algumas vezes por aqui, mas que agora recebe um nome especial. A imersão trata-se da análise de cenário da empresa e entendimento dos principais problemas ou desafios que precisam ser solucionados.
É interessante já começar a envolver a sua equipe desde essa etapa, coletando depoimentos dos funcionários, feedbacks dos clientes e analisando todos os insumos que falem sobre o seu negócio e a sua solução para localizar possíveis pontos de melhoria. Além disso, contar com o acompanhamento de dados e analisar informações para melhorar a tomada de decisão já é importante nesta etapa, antes de partir para a ideação, para contar com as melhores alternativas desde o início do processo.
2. Ideação
A fase da ideação costuma vir logo após a imersão, onde já com os problemas mapeados, a equipe se reúne para pensar em possibilidades de solução. Aquela criação de confiança e de aproximação da equipe que mencionamos antes vai ser fundamental para que todos se sintam à vontade para participar, dar ideias e contribuir.
Aqui vale contar com um profissional preparado para facilitar e conduzir esse momento. Pode ser alguém da gestão, mas também pode ser um profissional ou consultor externo, dependendo da maturidade da sua empresa e das necessidades identificadas junto ao time.
O que precisa ficar claro para todos é que não tem palpite errado, não tem ideia ruim: todas as sugestões são bem vindas e podem se transformar e se adaptar conforme são colocadas na mesa. Uma ideia de uma pessoa pode ser complementada por algo que outro colega pensou e dali sair uma solução inovadora para um dos desafios mapeados, por exemplo. Por isso, todas as ideias são válidas nessa etapa! No entanto, seguir algumas regrinhas básicas pode ser muito útil, confira!
O bacana do Design Thinking é a possibilidade de mesclar as áreas criativa e de exatas, então uma opção também para a etapa da ideação é analisar dados que reflitam os problemas mapeados e que possam também contribuir para encontrar melhores soluções. Números de vendas, pesquisas de satisfação, comentários nas redes sociais, enfim. Todos podem ter experiências que contribuem para o processo como um todo.
3. Prototipagem
Este é o momento de reunir todas as ideias criativas sugeridas na etapa anterior e aplicar a elas um filtro para identificação das que podem fazer mais sentido para o momento e apresentar maiores chances de dar certo. Novamente, a proposta da metodologia de Design Thinking, também para a etapa de prototipagem, é que essa seleção seja feita em equipe de forma colaborativa.
A escolha em grupo transmite a sensação de que todos estão fazendo parte da construção dos novos rumos do negócio e evita que uma ideia preterida seja motivo de desengajamento do funcionário que a propôs, por exemplo, pois ele estará presente na análise de todas as ideias geradas e irá compreender todas as razões para cada escolha.
MVP e Lean
O desenvolvimento da solução ou produto em si é muitas vezes considerada como a última etapa do Design Thinking, porém para aplicação prática, considera-se como um momento após este processo.
Aplicando isso ao contextos dos negócios, é neste momento, já com as ideias consolidadas, que a empresa irá partir para a prática e desenvolver ou aplicar o que foi definido. Este momento já costuma ficar com, por exemplo, uma metodologia ágil no estilo do Scrum.
Novamente temos aqui a colaboração como chave, desta vez pensando nas áreas da empresa como um todo: desde produto, passando por marketing e pessoas, até a TI. Todos que puderem se envolver, de acordo com o plano traçado na etapa de prototipagem, precisam dar seu máximo para aplicar as soluções inovadoras.
Na sequência do desenvolvimento, e às vezes até em paralelo, vem uma etapa de análise dos resultados. Conforme a implementação se dá, a depender do tipo de solução que se está aplicando, já é possível obter insights sobre os resultados e compreender se aquela foi mesmo a melhor solução para aquele determinado problema ou se ainda há algo que possa ser otimizado. Aí o processo todo tem início outra vez e se repete de forma cíclica sempre que houver a demanda pela criação de novas soluções.
Design Thinking nas empresas
Após termos passado por todos os pontos de apresentação da metodologia de Design Thinking, o que queremos que você entenda é: a ideia geral é que essa prática traga melhorias ao negócio como um todo. Então, se o seu negócio trabalha com segurança de redes, por exemplo, como cada funcionário pode contribuir para a melhoria do serviço prestado?
Por meio do Design Thinking a gestão da empresa consegue identificar caminhos por onde pode seguir para transformar o serviço prestado e elevar os níveis de entrega, deixando os clientes cada vez mais satisfeitos e tornando-os promotores da sua marca.
Pode parecer uma grande viagem, mas se você consultar maiores informações e conversar com profissionais que já aplicaram Design Thinking em suas organizações, vai perceber que a metodologia pode, sim, ajudar muito no desenvolvimento de melhores práticas para o seu negócio, seja ele da área que for.
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