Backup e recuperação de dados: estratégias essenciais para administradores de sistemas

Back-up e recuperação de dados

No cenário dinâmico de uma operação em TI, o backup e a recuperação de dados desempenham papéis centrais. Essas tecnologias são responsáveis por garantir que as empresas não sofram com o comprometimento de informações vitais para o andamento de seus negócios.

Geralmente, tais estratégias visam mitigar os desafios relacionados com riscos de falhas humanas, inconsistências dos sistemas operacionais e situações adversas, como desastres, falta de energia, catástrofes climáticas e incêndios, entre outros exemplos.

Na prática, quando implementado corretamente, um sistema de backup cria cópias periódicas de dados e aplicativos em dispositivos físicos ou na nuvem, permitindo a recuperação dessas informações em momentos de crise. Com isso, as empresas acessam uma série de vantagens, como mostraremos a seguir.

Vantagens do backup e da recuperação de dados em TI

  • Operações sempre ativas, mesmo em situações extremas.
  • Tranquilidade na gestão de dados, uma vez que, com backups regulares, as empresas passam a enfrentar crises, mas sem comprometer seus dados.
  • Menor risco de perda de informações críticas, já que falhas de sistema e ataques cibernéticos são atenuados por backups frequentes.
  • Recuperação rápida e eficiente dos dados, minimizando o impacto operacional.
  • Conformidade com regulamentações – muitas indústrias exigem conformidade com leis de proteção de dados, e o backup adequado é um passo importante para atender a essas exigências.

Trata-se, portanto, de uma área essencial para a manutenção das empresas no mercado, nos mais variados segmentos e portes.

“Atualmente, toda organização depende da disponibilidade dos seus dados, independentemente das circunstâncias. Seja em casos de ataques de ransomware, desastres naturais ou atualizações de segurança equivocadas, a resiliência dos dados é fundamental”,

destaca Anand Eswaran, CEO da Veeam, segundo o Gartner, empresa nomeada pela primeira vez como a número 1 em participação de mercado no setor de software de backup e recuperação empresarial.

Neste artigo, você vai compreender outros detalhes sobre esse universo, inclusive acessar uma dica incrível para desenvolver uma carreira na área. Interessou? Boa leitura! 

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Afinal, o que são backup e recuperação de dados? 

Inicialmente, é importante destacar que se trata de tecnologias distintas, embora complementares. 

O que é backup de dados?

O backup de dados refere-se ao ato de criar cópias de segurança de arquivos, bancos de dados ou sistemas inteiros, para garantir, em casos de falha ou perda de dados, que essas informações possam ser recuperadas.

Para que esse objetivo seja cumprido, são realizados backups de várias formas, que são adaptados às demandas e especificidades de cada operação em TI. Por exemplo, as cópias (backups) podem ser alocadas em discos rígidos, em servidores físicos dedicados ou em nuvem, em que as informações são armazenadas remotamente.

Assim, podemos definir que um backup eficiente segue uma rotina periódica e preferencialmente automatizada, sendo uma ferramenta essencial para reduzir o impacto de problemas como falhas de hardware, erros humanos, ciberataques e desastres naturais.

O que é recuperação de dados?

Por sua vez, recuperação de dados abrange o processo de restaurar as informações, com base nos backups, depois da ocorrência de um problema que cause a perda, corrupção ou inacessibilidade dos dados. Tal processo inclui a identificação do backup correto, a restauração dos arquivos ou sistemas ao seu estado original e, em alguns casos, a correção de erros ou danos.

A eficácia da recuperação de dados está diretamente relacionada com a qualidade do backup, a frequência das cópias e a capacidade de resposta da infraestrutura de TI. Por esse motivo, mesmo que se trate de práticas diferentes, o backup e a recuperação de dados são indissociáveis na rotina de TI.

Backup de dados x recuperação de dados: resumo da diferença entre as ferramentas

Enquanto o backup refere-se ao processo de copiar dados para um local seguro, a recuperação de dados diz respeito ao ato de restaurar esses dados em caso de perda. Veja as diferenças sistematizadas na tabela a seguir:

TermoDefinição
BackupProcesso de criar cópias de dados e aplicativos para evitar a perda em caso de falha ou dano.
RecuperaçãoProcesso de restaurar dados e aplicativos de backups após um incidente.

Que área da TI é indicada para trabalhar com backup e recuperação de dados?

Embora todas as áreas de TI comportem as mais diversas especializações, uma vez que se trata de um campo interdisciplinar e interdependente, profissionais que desejam atuar com backup e recuperação de dados podem ter mais facilidade em desenvolver carreiras ligadas à administração de sistemas, segurança da informação e gestão de infraestrutura de TI. 

Como essas especialidades exigem um conhecimento detalhado sobre arquitetura de armazenamento, políticas de segurança e soluções de backup e recuperação, podem facilitar o aprendizado de técnicas, ferramentas e planejamento de restauração de ativos críticos para as empresas.

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Qual a importância do backup e da restauração de dados?

Com a transformação digital, as empresas dependem cada vez mais da integridade e da disponibilidade dos dados. Isso por si só já explica a relevância de investimentos na área, entretanto, a crescente utilização de soluções virtuais, como Software como Serviço (SaaS), e a ascensão de cibercrimes também intensificam a necessidade de um backup robusto e de um processo assertivo de recuperação de dados. A exemplo disso, de acordo com a Gartner, até 2028, 75% das empresas irão priorizar o backup de aplicativos SaaS como uma exigência crítica, contra apenas 15% em 2024.

A tendência e o crescimento gradativo de investimentos voltados para essa área destacam como o mercado observa a seara da proteção de dados, especialmente levando em consideração o aumento dos ataques cibernéticos (cada vez mais sofisticados) e a maior quantidade de pessoas conectadas à rede.

Quais são os tipos de backup?

Existem diferentes tipos de backup, cada um projetado para atender a cenários específicos e demandas organizacionais variadas.

Cada método tem suas vantagens e desvantagens, e a escolha correta depende das necessidades da empresa, da criticidade dos dados e das políticas de recuperação estabelecidas.

Backups físicos

1) Unidade de fita

O backup em unidades de fita magnética é uma tecnologia mais antiga, mas ainda amplamente utilizada por organizações que precisam armazenar grandes volumes de dados.

As fitas são conhecidas por sua capacidade de armazenamento de longo prazo e custo relativamente baixo, tornando-as ideais para backups de arquivos históricos ou dados de conformidade que precisam ser arquivados por anos. No entanto, elas possuem uma desvantagem significativa: a recuperação de dados é mais lenta em comparação com métodos mais modernos, e o processo de restauração pode levar horas ou até dias, especialmente em operações de grande escala. Além disso, como os dados geralmente são armazenados fora do local, o processo de transporte e manuseio também pode impactar a velocidade de recuperação.

2) Unidades de disco rígido (HDDs) e unidades de estado sólido (SSDs)

Os discos rígidos (HDDs) e as unidades de estado sólido (SSDs) são opções comuns para backup local por causa da sua velocidade de recuperação e do fácil acesso. Enquanto as HDDs são conhecidas por oferecer maior capacidade de armazenamento a um custo acessível, as SSDs são muito mais rápidas, com tempos de leitura e gravação mais baixos, sendo recomendadas para sistemas nos quais a recuperação rápida é crítica. Por outro lado, as HDDs são mais suscetíveis a falhas mecânicas, enquanto as SSDs, apesar de mais duráveis e rápidas, têm um custo mais elevado por GB de armazenamento.

3) Servidor de backup dedicado

Um servidor de backup dedicado refere-se a uma máquina configurada especificamente para receber e armazenar dados de outros sistemas dentro de uma rede. Esses servidores podem ser escalados para incluir várias unidades de armazenamento e são gerenciados localmente pela equipe de TI, que oferece controle completo sobre os dados.

Os servidores de backup são altamente flexíveis, o que permite a criação de políticas de backup personalizadas e maior integração com outros sistemas da empresa. Entretanto, eles ainda podem estar sujeitos a falhas de hardware, desastres locais ou interrupções de energia, por isso, geralmente, são usados em conjunto com métodos externos de backup, como o backup em nuvem.

Backups em nuvem:

O backup na nuvem envolve a cópia de dados e aplicativos para servidores remotos, normalmente gerenciados por um provedor de serviços de nuvem. Esse tipo de backup se tornou a solução preferida para muitas organizações em razão da sua escalabilidade, redundância e facilidade de acesso.

Ao contrário dos métodos físicos, que estão sujeitos a falhas de hardware ou desastres locais, o backup na nuvem oferece uma camada adicional de segurança por armazenar os dados em data centers geograficamente dispersos. Nesse contexto, as soluções de backup em nuvem são conhecidas por sua alta capacidade de automação e pela possibilidade de serem configuradas para fazer backups contínuos ou programados, dependendo da política de RPO da empresa. Além disso, o custo é baseado no uso, o que significa que as empresas podem pagar apenas pelo armazenamento e a largura de banda que realmente utilizam.

Um ponto negativo para essa dinâmica se estabelece na pauta da velocidade de recuperação, a qual depende da conectividade com a internet, de modo que, para volumes muito grandes de dados, a recuperação completa pode ser ainda mais lenta do que em sistemas locais.

A verdade é que a escolha entre backups físicos e em nuvem depende de uma série de fatores, como a quantidade dos dados a serem armazenados, o tempo de recuperação necessário e o orçamento da organização.
Em muitos casos, o modelo híbrido – que combina backups locais com backups em nuvem – oferece maior flexibilidade e segurança, garantindo que os dados estejam acessíveis e protegidos de uma ampla gama de ameaças.

Como implementar uma estrutura de backup de dados adequada? 3 Dicas

1) Planejamento com foco no RTO e RPO

Antes de qualquer implementação de backup, é fundamental entender os Objetivos de Tempo de Recuperação (RTO) e os Objetivos de Ponto de Recuperação (RPO). Esses conceitos definem, respectivamente, quanto tempo a empresa pode ficar sem acessar os dados antes que o negócio sofra um impacto significativo (RTO) e qual a quantidade máxima de dados que a empresa pode perder sem comprometer a operação (RPO).

Por exemplo, se a sua empresa pode tolerar até 30 minutos de inatividade e perda de dados, você deve configurar o seu backup para realizar cópias a cada 30 minutos e garantir que o sistema de recuperação consiga restabelecer as operações dentro desse período.

2) Diversificação de métodos de backup

A diversificação de métodos de backup é essencial para garantir uma recuperação completa e segura em diferentes cenários de falhas. Usar apenas um método, como backup local, pode deixar a empresa vulnerável a desastres naturais ou erros físicos. Por isso, é recomendável combinar backups locais (on-premises), em nuvem e fora do local (off-site).

3) Automatização e verificação regular

A automatização de backups é essencial para assegurar consistência e reduzir a dependência de ações manuais. Porém, automatizar sem verificar regularmente a integridade dos dados e a funcionalidade dos backups é um grande risco. Ou seja, os backups precisam ser testados periodicamente para garantir que a recuperação de dados seja eficaz em caso de necessidade.

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Depois do backup: 5 passos essenciais para um plano de recuperação de dados

Depois de garantir um sistema de backup eficiente, é vital ter um plano de recuperação de dados robusto para agir rapidamente em casos de necessidade. Veja, a seguir, cinco etapas que podem ajudar você a garantir uma recuperação ágil e eficaz.

1) Classifique os dados por prioridade

Nem todos os dados têm a mesma importância para o negócio. É essencial classificar e definir a prioridade de restauração de diferentes conjuntos de dados. Com essa prática, os ativos críticos para o funcionamento da empresa serão recuperados primeiro.

2) Estabeleça responsabilidades claras

Defina quem é o responsável por cada etapa do plano de recuperação, o que envolve desde a equipe de TI até outros departamentos, como setores financeiro e jurídico, dependendo do impacto da perda de dados.

3) Garanta o acesso rápido aos backups

Se os backups não estão acessíveis rapidamente durante uma falha, o tempo de recuperação certamente será maior. Por isso, é fundamental assegurar que as cópias de segurança estejam armazenadas em locais que possam ser acessados com rapidez e segurança.

4) Automatize a recuperação de sistemas críticos

Automatizar a recuperação de sistemas críticos viabiliza uma resposta mais rápida e eficiente

a falhas. Algumas soluções de backup oferecem, inclusive, recursos de orquestração de recuperação que automatizam todo o processo de restauração dos sistemas prioritários.

5) Implemente redundância geográfica

No caso de backups físicos, a redundância geográfica é um conceito fundamental para garantir que os dados possam ser recuperados, mesmo em casos de desastres locais. A criação de backups em diferentes locais geográficos reduz o risco de perda total de dados em razão de desastres físicos.

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Conclusão

Investir em backup e recuperação de dados é essencial para garantir a continuidade das operações em um mundo cada vez mais dependente do digital.

Profissionais que se especializam nessas áreas, especialmente com foco em soluções de backup na nuvem, têm um papel crucial nas empresas modernas. Além de protegerem os ativos digitais, eles contribuem para a resiliência do negócio em face de crises.

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