Lifelong learning na TI: conceito, benefícios e dicas de aplicação

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O lifelong learning, seja na TI ou nos demais setores do mercado, refere-se a uma metodologia de aprendizado contínuo, que incentiva seus adeptos a atualizar o conhecimento de forma periódica e sistemática. 

Em um cenário no qual o acrônimo em inglês VUCA significa “Volatility” (volatilidade), “Uncertainty” (incerteza), “Complexity” (complexidade) e “Ambiguity” (ambiguidade) e abre espaço para uma organização social caracterizada pelo formato BANI (Brittle, Anxious, Nonlinear e Incomprehensible, ou frágil, ansioso, não linear e incompreensível em português), a adaptação passa a ter ainda mais importância.

Por isso, o “aprendizado ao longo da vida”, como o termo pode ser lido em português, se transforma em uma ferramenta essencial para que profissionais e equipes de TI consigam evoluir tão rápido quanto as transformações digitais, tecnológicas e humanas.

Assim, o conceito de lifelong learning se estabelece, principalmente, sobre a noção de que o conhecimento não tem um fim em si próprio, mas, sim, deve ser absorvido constantemente, com o objetivo de se conquistar uma vida com mais significado.

Neste artigo, você vai conhecer o tema e conferir algumas dicas para implementar esse mindset em times de TI.

Para isso, você vai percorrer o seguinte guia:

  • O que é lifelong learning?
  • 4 Pilares do Lifelong learning;
  • Benefícios do lifelong learning para os profissionais de TI;
  • 4 dicas para aplicar o lifelong learning nos setores de TI.
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O que é lifelong learning?

Como dissemos anteriormente, o aprendizado ao longo da vida (lifelong learning) representa uma metodologia de ensino, aplicável às mais variadas áreas, que acredita no potencial de um processo de aprendizagem contínuo, capaz de enriquecer o desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo.

O termo abrange diversas atividades, propostas e experiências a que um indivíduo tem acesso e se dispõe a cumprir a continuidade do seu processo de construção do conhecimento. Foi elaborado em meados do século XX (na década de 1970), nos Estados Unidos, mas ganhou notoriedade em 2010 com o seu reconhecimento global, por meio do relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) Educação para o Século XXI, lançado na Conferência Ministerial da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD).

Com isso, a metodologia passou a ter notoriedade e adeptos ao redor do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, 73% dos americanos se consideram aprendizes contínuos e dizem adotar os pilares da teoria do lifelong learning. Ou seja, o lifelong learning é também um convite para uma carreira qualificada, alicerçada em um propósito que está além da conquista de certificações e da conclusão de cursos. Diz respeito à adoção de uma mentalidade voltada para o investimento na educação não para que determinado fim seja alcançado, mas para que a própria vida e a trajetória profissional tenham mais significado.

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Quais são os pilares da metodologia de lifelong learning?

A organização Lifelong Learning Council Queensland (LLCQ), entidade que estuda e dissemina o tema globalmente, passou a institucionalizar e divulgar a abordagem e os seus quatro pilares em 2010. São eles:

1) Aprender a conhecer

No lifelong learning, a educação tradicional (a de cursos, por exemplo) se une às novas abordagens de construção do conhecimento. Assim, quem adota essa filosofia deve integrar o aprendizado aos diversos momentos da vida, inclusive àqueles reservados ao lazer. Isso significa que, no lifelong learning, adquirir conhecimento é uma atividade estimulante, não apenas uma obrigação a ser cumprida.

Esse pilar enfatiza a importância de valorizar o processo de aprender, cultivando habilidades como curiosidade, pensamento crítico, reflexão e uma postura ativa e questionadora.

Aprender a conhecer é aprender a apreciar o caminho do saber.

No setor de Tecnologia da Informação (TI), o conceito envolve manter-se atualizado sobre tendências, inovações e as melhores práticas em um setor que evolui rapidamente, buscando conhecimento não só para resolver problemas técnicos, mas também para impulsionar soluções criativas e sustentáveis.

2) Aprender a fazer

Não basta acumular conhecimento teórico, é preciso aplicá-lo e testar a sua compreensão na prática. Esse pilar do lifelong learning ressalta a importância da experiência prática como método de aprendizado. Ele se alinha ao conceito “70:20:10”, desenvolvido pelos professores Morgan McCall, Robert Eichinger e Michael Lombardo, que sugere que a aprendizagem eficaz provém de:

  • 70% de experiências e vivências diretas;
  • 20% de interações e relacionamentos interpessoais;
  • 10% de cursos e formações estruturadas.

Assim, o lifelong learner deve estar disposto a aprender tanto em cursos quanto nas vivências cotidianas e nas relações interpessoais, reconhecendo o valor de todos os ambientes de aprendizado.

Para um profissional de TI, aprender a fazer significa experimentar e aplicar conhecimentos técnicos a projetos práticos, colaborando com equipes e participando de experiências que ampliam habilidades e aprimoram a prática cotidiana.

3) Aprender a conviver

O lifelong learning destaca também o valor das interações humanas e a capacidade de aprender com o outro. Conviver satisfatoriamente, pessoal e profissionalmente, é essencial para quem busca ser um aprendiz ao longo da vida, desenvolvendo habilidades por meio da troca e da colaboração. Além disso, cada vez mais, o mercado valoriza as soft skills, incluindo trabalho em equipe e colaboração.

Para o lifelong learner, o convívio e a criação conjunta são práticas fundamentais para o desenvolvimento de competências que enriquecem o aprendizado contínuo.

Como parte desse pilar na TI estão o trabalho com equipes multifuncionais, a necessidade de uma comunicação clara e de empresas que priorizem a colaboração entre ambientes diversificados e inclusivos, nos quais o trabalho em equipe e a troca de ideias são elementos-chave para a inovação.

4) Aprender a ser

O último pilar do lifelong learning ressalta a importância da autonomia e da responsabilidade pessoal no processo de aprendizagem. Aqui, o indivíduo assume o protagonismo, guiando o próprio desenvolvimento e se apropriando da sua jornada de conhecimento. Aprender a ser é cultivar a autorresponsabilidade, buscando o crescimento pessoal e a realização plena por meio de uma atitude ativa e independente na busca do saber.

Em TI, isso também significa assumir o controle da própria formação, por intermédio da exploração de novas áreas e do investimento em autodesenvolvimento para manter-se relevante em um setor dinâmico e competitivo.

Entretanto, o pilar não afasta a responsabilidade das empresas e dos setores de RH para que esse processo seja bem-sucedido. Na verdade, organização e colaborador devem adotar a abordagem e compreender o seu potencial simultaneamente, para que os seus pilares sejam efetivamente absorvidos.

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Quais são os benefícios da metodologia lifelong learning para as equipes de TI?

A adoção da mentalidade de lifelong learning é essencial para as empresas e os setores de TI que buscam inovação e competitividade. Nesse cenário, as lideranças e equipes de Gestão de Pessoas têm um papel crucial no fomento dessa cultura de aprendizado contínuo, pois são capazes de estruturar mecanismos para incentivar os profissionais a expandir as suas habilidades e acompanhar a evolução constante da tecnologia. Com base nisso, há um reflexo positivo no desenvolvimento individual de cada colaborador, como também há o fortalecimento da capacidade de adaptação e desempenho da equipe como um todo.

Com o lifelong learning, as empresas se tornam mais preparadas para enfrentar os desafios de um setor tão dinâmico e têm acesso a inúmeras vantagens, como veremos a seguir.

Benefícios do lifelong learning para as equipes de TI:

  • Maior capacidade de inovação;
  • Flexibilidade e adaptabilidade a novas tecnologias;
  • Redução do turnover com o aumento da satisfação e do engajamento dos colaboradores;
  • Melhoria na resolução de problemas complexos;
  • Fortalecimento do trabalho em equipe e da colaboração;
  • Desenvolvimento de habilidades de liderança;
  • Aumento da produtividade e da eficiência;
  • Atualização constante em metodologias e práticas do setor;
  • Melhoria na retenção de talentos;
  • Ampliação das competências técnicas e comportamentais.

Como implementar uma metodologia lifelong learning nas rotinas de TI em 4 passos

A TI representa um setor decisivo para a manutenção das empresas no mercado. Por isso, precisa ser um dos primeiros segmentos a indicar a mudança de paradigma que possa influenciar as operações dos negócios, seja ela relacionada com o surgimento de tecnologias, seja com os modelos de consumo. O lifelong learning prepara os colaboradores de TI para atuar exatamente nesse sentido, deixando-os prontos para as mudanças internas e externas à organização.

Veja como aplicar a abordagem por meio de dicas simples:

1) Incentive o diálogo e a participação

Crie um ambiente no qual os colaboradores se sintam seguros para compartilhar conhecimento, levantar dúvidas e trocar experiências. Fomentar a cultura do diálogo e da colaboração promove a troca constante de saberes e fortalece a mentalidade de aprendizado contínuo.

2) Elabore uma proposta de desenvolvimento de carreira estruturada e transparente

Defina uma abordagem pedagógica de carreira clara para o desenvolvimento de novas competências e habilidades que integre programas de treinamento específicos para TI, como certificações técnicas, workshops e bootcamps. Para isso, pense especificamente em cada carreira de TI da sua empresa e quais certificações e ferramentas são interessantes para cada uma delas e estruture um planejamento com metas e objetivos a serem trilhados tanto pelos colaboradores quanto pela empresa em si. Dessa forma, os profissionais de TI têm um direcionamento claro e recursos adequados para o próprio crescimento.

3) Diversifique as atividades de aprendizado

Ofereça formas variadas de aprendizado, como treinamentos práticos, e-learning, mentorias e projetos internos. Essa diversidade permite que os colaboradores explorem diferentes formas de adquirir conhecimento, facilitando a retenção e a aplicação do que foi aprendido.

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4) Invista em um acompanhamento humanizado e individualizado

Cada profissional possui ritmo e objetivos diferentes. Realize acompanhamentos periódicos e ofereça feedbacks construtivos para alinhar as expectativas e identificar as necessidades específicas de desenvolvimento, promovendo o crescimento personalizado e sustentável da equipe.

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A Escola Superior de Redes desenvolveu a Consultoria Educacional focada em oferecer estratégias de aprendizagem corporativas elaboradas de acordo com os objetivos e as necessidades de cada empresa.

O programa da ESR ajuda administradores de TI e de Gestão de Pessoas a otimizar os recursos investidos no desenvolvimento profissional das equipes e gerar resultados estratégicos alinhados aos objetivos da empresa. Além disso, a consultoria direciona as instituições em consonância com o que há de mais atual na capacitação de profissionais no âmbito global para enfrentar os desafios da área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

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